A Câmara Municipal de Silves aderiu ao projeto Odyssea, através do programa SUDOE2, passando assim a fazer parte de uma rede internacional de cidades marítimas e fluviais do Sudoeste Europeu, consolidada ao longo dos últimos anos.
Segundo a autarquia, a adesão ao programa Odyssea tem em conta os benefícios que «a aposta na valorização, promoção e comercialização do sector empresarial turístico, e na modernização da informação sobre a oferta de recursos e serviços náuticos, culturais, naturais e gastronómicos, poderão trazer para o concelho».
O projeto passa por disponibilizar informação, mas sobretudo de forma interativa e acessível, por exemplo, a partir de smartphones, tablets ou de ecrãs tactéis.
Rosa Palma, presidente da Câmara Municipal de Silves, explica que «o Projeto Odyssea pode ser definido como uma iniciativa que objetiva o reforço do posicionamento territorial das cidades portuárias europeias (marítimas e fluviais), potenciando a ligação aos seus territórios rurais».
Em termos mais concretos, «a observação da realidade da atividade turística indica-nos a preferência e a permanência de visitantes nas zonas costeiras», embora haja «falta de informação» ou «dificuldades de acesso» a essas zonas. O Odyssea pretende «contribuir para que a informação sobre o que de melhor existe no território seja disponibilizada de forma simples, rápida e enriquecedora do ponto de vista da experiência dos turistas que nos visitam. Acima de tudo, pretende-se a valorização e promoção turística dos territórios marítimos e fluviais, proporcionando um desenvolvimento sustentado e integrado através do reforço da identidade cultural e estímulo da economia local», acrescentou.
A autarca silvense sublinha ainda que, «de modo a alcançar os objetivos propostos, o Odyssea possibilitou a criação de uma rede internacional de cidades marítimas e fluviais do Sudoeste Europeu, que foi sendo consolidada ao longo dos últimos anos, onde são partilhadas experiências e disseminadas boas práticas baseadas numa lógica comum de gestão duradoura e sustentável e na valorização dos itinerários Mar-Terra, do património, da cultura, nas paisagens e nos saberes locais».
Por outro lado, «foi criado um modelo económico que envolve vários atores públicos e privados em torno do objetivo de potenciar a competitividade do território, desde o mar até às áreas mais interiores».
Finalmente, seguindo as tendências mais atuais do turismo, será possível «a aplicação do uso das novas tecnologias, através da disponibilização de bases de dados interativas, transmissão de imagens virtuais, cartografia interativa e tudo isto acessível a partir de smartphones, tablets ou dos ecrãs tactéis disponíveis em vários locais». Estes recursos permitem a promoção dos serviços turísticos, da cultura, da gastronomia, do património e das paisagens do território em qualquer ponto do mundo».
As razões que levaram Silves a integrar o projeto têm a ver com as próprias características do concelho, com uma extensa área territorial que se estende da Serra até ao Mar.
Para potenciar a «sua riqueza e diversidade ambiental, a dimensão e o valor do seu património histórico, bem como os recursos culturais a ele associados, entende-se que o seu desenvolvimento passa naturalmente pelas áreas do turismo, da cultura e do património, razão pela qual Silves manifestou interesse no projeto Odyssea desde a primeira oportunidade».
É que, sublinha Rosa Palma, «pela importância que o seu porto fluvial teve ao longo dos tempos e cujas potencialidades permitem acreditar que possa a vir a ser no futuro, entende-se que Silves e o seu concelho podem vir a beneficiar deste modelo de desenvolvimento. O Odyssea vai certamente incrementar o fluxo turístico proveniente da cidade portuária vizinha de Portimão, permitindo aos visitantes descobrir e experienciar a história, o património, a cultura e as tradições do território do concelho».
Por outro lado, acrescenta a presidente da Câmara, «este modelo traz consigo novas oportunidades de negócio, principalmente na área dos produtos agroalimentares locais, no seio de uma rede articulada de produtos e serviços, cujas sinergias criadas permitem um desenvolvimento mais inclusivo e coerente, contribuindo para a diminuição das assimetrias entre litoral e interior».
Por último, salienta, «a integração numa rede europeia permite obter dividendos no que concerne à notoriedade de Silves enquanto destino turístico, afirmando-se como destino cultural de referência no contexto da região do Algarve».
Para o concelho de Silves, a participação neste projeto é de «extrema importância, visto que, nos permite obter níveis de visibilidade internacional que potenciam os recursos do nosso território de forma ímpar. Aproveitamos ainda a oportunidade de integrar um processo de desenvolvimento sustentado e integrado a nível europeu, beneficiando da troca de experiências e da partilha de conhecimentos entre cidades com objetivos comuns».
O Odyssea permite ainda que Silves incremente «mecanismos de estímulo ao desenvolvimento das artes e produtos tradicionais, permitindo-lhes a entrada em novos mercados e auxiliando-as na utilização de ferramentas eletrónicas que elevarão os seus negócios para patamares mais elevados em termos de reconhecimento e valor de mercado».
E como se pode aceder à informação? Através de um smartphone, ou tablet, com leitor de QR Code (constante desta página), pode-se aceder a toda a informação que foi selecionada para o concelho de Silves, permitindo a partir daí definir itinerários e iniciar a viagem. Em breve, existirão também ecrãs tácteis estrategicamente colocados com toda a informação disponível.
Um dos aspetos interessantes da participação do Município neste projeto, é que isso «não implica a afetação de recursos financeiros por parte da Autarquia». Trata-se de um projeto internacional candidatado ao programa SUDOE, financiado por fundos comunitários – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) – sendo a participação do Município efetuada através do trabalho desenvolvido por três dos seus técnicos que apoiam a dinamização do projeto.
E será que a autarca Rosa Palma não teme que, como tem acontecido com outros projetos financiados por fundos comunitários, o dinheiro se destine apenas a construir castelos no ar?
«Pensamos que, neste caso concreto e nesta fase dos trabalhos, essa expressão não tem qualquer sentido. Relembro que a Comissão Europeia já reconheceu o projeto como uma boa prática em termos do apoio ao desenvolvimento dos territórios marítimos, tendo por base tudo o que já foi concretizado até esta altura, quer ao nível do trabalho em rede, quer do que foi realizado em cada um dos territórios, ao nível da recolha e difusão de informação escrita, recolha de imagens, cartografia e implementação de equipamentos».
Mas o trabalho, garante a presidente da Câmara de Silves, não vai ficar por aqui. «Será um trabalho contínuo e passível de melhoria e aperfeiçoamento, cujas tarefas não se esgotarão com o fim do projeto», conclui a autarca.