Silves já integrou, oficialmente, a rota turístico-cultural Al-Mutamid, que vai de Aljezur até Córdoba, em Espanha, passando por algumas das localidades mais ligadas à ocupação islâmica, de ambos os lados da fronteira.
«Na cidade de Silves já se pode observar, junto à Porta da Almedina, um Totem com informação generalista sobre a rota, bem como, nalguns pontos da cidade o direcionamento para o Centro de Interpretação da Cultura Islâmica, local onde se prestam informações e se disponibilizam desdobrável e brochura contendo informações sobre a Rota Al-Mutamid pelo Algarve e Andaluzia», anunciou a autarquia de Silves.
Esta cidade algarvia está intimamente ligada à vida do rei poeta Al-Mutamid, em quem a rota se inspira, que foi governador de Silves até 1069, antes de encabeçar a poderosa Taifa de Sevilha, até 1091. Apesar do seu destino ter estado ligado ao Sul de Espanha, a sua origem é em território, agora, português, já que nasceu em Beja, em 1040.
«Esta rota é um apaixonante percurso, que nasce em terras portuguesas e que através de dois itinerários abraça o ângulo sudoeste da Península Ibérica, mostrando uma continuidade histórica entre as regiões Alentejana e Algarvia e a Andaluzia Ocidental, porque, na verdade, houve no passado um tempo em que toda esta zona do mundo se denominava Al-Andaluz e, houve um tempo em que parte significativa desta região era governada por Al-Mutamid», ilustra a Câmara de Silves.
Esta é uma rota que inclui cidades portuguesas e espanholas, que se destacam pela riqueza da sua história, legada por povos de origens diversas mas que tinham em comum o facto de professarem a religião muçulmana. Em Portugal foram cerca de cinco séculos (VIII-XIII) e nalgumas regiões de Espanha mais de sete séculos de permanência islâmica, que marcaram a paisagem e a cultura.
A Rota Al-Mutamid tem como principal objetivo divulgar o património de origem islâmica e, em Portugal, integra monumentos de Tavira, Loulé, Albufeira, Paderne, Silves, Sagres e Aljezur, tendo o projeto como parceiros os Municípios de Silves e Tavira, a Direção Regional da Cultura, a Associação de Estudos e Defesa do Património Histórico-Arqueológico de Aljezur e a Junta da Andaluzia.