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energia_1Em 2014, a produção de eletricidade a partir de fontes renováveis em Portugal foi responsável por 62,7% do total energia elétrica consumida, com um aumento de 6% em relação a 2013. Considerando apenas a produção nacional, a contribuição das renováveis cifrou-se no valor recorde de 63,8%, anunciou hoje a Quercus.

Em consequência deste aumento de produção das renováveis no ano de 2014, assistiu-se a uma redução do valor de eletricidade importada para 1,8% do consumo, valor mais baixo desde 2002.

O ano de 2014 foi mais húmido que a média em 27%, seguindo a tendência de 2013 com um valor de 22%.

Este último ano foi também favorável em termos de vento, tendo-se verificado um valor semelhante a 2013.

Na fotovoltaica, o aumento da capacidade instalada permitiu um aumento de 31% em relação a 2013 tendo superado 1% do consumo o que revela o potencial de crescimento deste sector.

Francisco Ferreira, membro do Grupo de energia e alterações climáticas da Quercus, acrescenta que “não podemos deixar de continuar a apostar nas energias renováveis e na eficiência energética permitindo a recuperação da economia sem onerar o ambiente. Para tal é preciso um investimento na sensibilização e um planeamento adequado do sector energético também em prol de uma desejável política climática exigente”.

Por seu lado, António Sá da Costa, presidente da Direção da Associação Portuguesa de Energias Renováveis, afirma que “2014 foi um ano em que Portugal beneficiou em ter apostado nos seus recursos renováveis para produzir eletricidade, pois, além de se terem evitado importações de combustíveis fósseis e emissões de gases com efeito de estufa, o facto de quase 2/3 da eletricidade consumida ser de origem renovável possibilitou estabilizar o preço deste bem, o que também é positivo e apresenta um grau elevado de sustentabilidade”.

 

Contributo da aposta nas renováveis permite poupanças de 1565 milhões de euros

energia_2A produção da eletricidade de origem renovável aumentou em relação a 2013, tendo sido responsável por 63,8% de toda a eletricidade produzida em Portugal Continental em 2014, comparativamente aos 61,7% de 2013.

Em cada hora de consumo de eletricidade em 2014, trinta e oito minutos tiveram origem em centrais renováveis, dos quais catorze minutos foram produzidos pela energia eólica.

A produção de eletricidade de origem renovável em 2014 permitiu também poupar 1500 milhões de euros na importação de combustíveis fósseis (gás natural e carvão) e 65 milhões de euros em licenças de emissão de CO2.

A produção de eletricidade nas centrais de Sines e Pego ter sido semelhante à de 2013, devido ao baixo preço do carvão nos mercados internacionais, ao reduzido custo das emissões de dióxido de carbono, para além da estrutura de contratualização / mercado em Portugal.

Este facto tem impedido um maior recurso às centrais de ciclo combinado a gás natural, com uma eficiência muito superior em relação às centrais a carvão e com benefícios ambientais, por serem muito menos poluentes.

A Quercus salienta que “as centrais a gás natural apenas produziram 3% do total do consumo de eletricidade, enquanto a produção das centrais a carvão supriu 22% das necessidades de energia elétrica, apresentando valores semelhantes aos de 2013”.

As emissões associadas à produção de energia elétrica somaram 13 milhões de toneladas de CO2 em 2014, cerca de 20% do total de emissões de gases de efeito de estufa atuais de Portugal mantendo-se em linha com os valores de 2013.

“Sem eletricidade renovável em Portugal e partindo do princípio que seria possível assegurar o consumo recorrendo somente à utilização de toda a capacidade instalada das centrais a carvão e a centrais de ciclo combinado a gás natural, as emissões atingiram, com a produção a ser assegurada recorrendo somente à utilização de toda a capacidade instalada das centrais a carvão, em combinação com as centrais a ciclo combinado a gás natural, 26 milhões de toneladas de CO2. Este valor corresponderia ao dobro do atual, cerca de 40% do total de emissões de gases de efeito de estufa de Portugal”, sublinha a Quercus.

Entre 2013 e 2014, teve lugar uma ligeira redução do consumo da ordem dos 0,7% em relação a 2013. A intensidade energética (na eletricidade) que resulta da quantidade de energia elétrica necessária por unidade de Produto Interno Bruto gerada está assim a evoluir favoravelmente dado que se estima para 2014 um crescimento do PIB na ordem dos 0.9% a evolução do PIB em 2014 se estima num crescimento de 0,9 % o que aponta para uma melhoria neste indicador.

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