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Paulo Macedo nas Urgências do HCF_2015_1O Ministério da Saúde vai dar um incentivo «monetário e de tratamento fiscal» aos médicos que optarem por se fixar em zonas do interior e periféricas, entre elas a região do Algarve.

O ministro da Saúde Paulo Macedo visitou esta quarta-feira as urgências de Faro do Centro Hospitalar do Algarve, um dos poucos do país onde não se têm registado situações de rutura, devido ao pico de afluência às urgências e revelou que o sistema de incentivos já previsto no Orçamento de Estado para 2015 deverá ser colocado em prática dentro em breve.

«O Orçamento de Estado prevê uma disposição que possibilita incentivar os médicos que se fixem no interior. O nosso propósito é executar a alteração legislativa que existe no sentido de criar esses incentivos para, em algumas especialidades e em algumas regiões, termos uma atração extra para fixar médicos», explicou o membro do Governo, à margem da visita.

O Algarve, garantiu, é uma das regiões contempladas, já que tem «necessidades muitos específicas». Entre elas, carência de anestesistas – «uma falta comum a todo o país» -, mas também de «obstetras e ginecologistas». Na prática, além de uma remuneração mais vantajosa, «será dado um tratamento fiscal a essa verba que seja recebida, para ter uma tributação mais favorável».

Sala Tratamentos Urgência Hospital de FaroO presidente do Conselho de Administração do CHA Pedro Nunes é cauteloso na projeção de eventuais resultados desta medida.

«Quando o sr. ministro disser quais são, exatamente esses incentivos e quando os médicos começarem a responder, veremos se fazem ou não a diferença. Eu espero que sim», considerou.

Já no que toca a carências, Pedro Nunes diz que falta «um pouco de tudo», mas salientou, além das já mencionadas pelo ministro, a necessidade de mais cirurgiões «de qualidade», dermatologistas, urologistas, entre outros.

Quanto à visita às urgências do Hospital de Faro, Paulo Macedo salientou a calma e organização que havia verificado momentos antes, nomeadamente a ausência de macas com pacientes nos corredores, que foi, durante anos, uma imagem recorrente naquela unidade de saúde, nas situações de picos de afluência.

Paulo Macedo mencionou a ausência de macas do corredor, «não apenas pontualmente, mas de forma consistente», mas também «uma melhor organização dos recursos humanos, que dá resultados concretos» e que resulta duma reforma «estrutural» feita no CHA.

Mudanças que, para Pedro Nunes, podem fazer a diferença, na hora de contratar mais profissionais de saúde para a região.

Paulo Macedo nas Urgências do HCF_2015_2«Fizemos uma alteração estruturante da urgência. Não tirámos as macas para o ministro ver, para amanhã estar tudo na mesma. E fizemos uma alteração estrutural do hospital, não apenas para tratar melhor os doentes, mas para que os médicos saibam que, se vierem para cá, vão trabalhar com excelentes equipamentos e que têm boas condições de trabalho. Com isto, e com algum incentivo de natureza financeira, estou certo que dentro de três, quatro ou cinco anos, o Algarve terá médicos suficientes para ter uma saúde de primeira qualidade», disse.

Durante o périplo, o membro do Governo não se livrou de algumas abordagens mais exaltadas e ofensivas, e até pedidos de demissão.

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