O Centro Hospitalar do Algarve (CHA) planeia aumentar, ainda em 2015, a capacidade das suas unidades, ao nível da cardiologia de intervenção.
Os últimos três anos e meio, garante o Conselho de Administração (CA) dos hospitais algarvios, permitiram limpar a casa e começar uma reestruturação dos serviços, reequipando-os, seguindo-se nos planos esta aposta em aumentar a capacidade de resposta na cardiologia.
«Está prevista para este ano uma intervenção de fundo para aumentar a cardiologia de intervenção. Os cuidados intensivos coronários e a hemodinâmica cardíaca são das coisas que temos de muito bom no Algarve e queremos aumentar a sua capacidade. Queremos ver se conseguimos introduzir, também, a neurocirurgia de intervenção e relocalizar o bloco operatório de ambulatório, de modo a criar uma área cirúrgica mais coesa e próxima, com maior entrosamento dos poucos anestesistas que temos», revelou o presidente do CA do CHA Pedro Nunes, em declarações ao Sul Informação.
Esta intenção de investimento, num período em que o país «atravessa um momento difícil, apesar de tudo», é possibilitada, em grande medida, pelo investimento de 160 milhões de euros feito pelo Governo no CHA, desde a sua criação, revelado pelo ministro da Saúde Paulo Macedo, à margem da visita que fez ao Hospital de Faro, esta quarta-feira.
Pedro Nunes: “Está a ser feito o upgrade da ressonância magnética de Portimão, que era um aparelho que já tinha 14 anos, e que vai ficar topo de gama.”
«O investimento foi, grande parte, para pagar dívida que ficou de gestões anteriores. Era uma verba avultada, que ascendia a 140 milhões de euros, repartida entre o Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio e o Hospital de Faro. O restante foi para investimento em equipamento médico», explicou Graça Pereira, do Conselho de Administração do CHA.
Segundo esta responsável, o pagamento de dívidas foi determinante para poder pensar em investimentos, já que, antes, havia problemas na relação com fornecedores e falta de poder de negociação, em virtude dos pagamentos em atraso.
Resolvida esta questão, com a ajuda do Ministério da Saúde, foi tempo de pensar em investir. E esse é um trabalho que os responsáveis pela gestão dos hospitais do Algarve asseguram que já está em velocidade de cruzeiro.
«Está a ser feito o upgrade da ressonância magnética de Portimão, que era um aparelho que já tinha 14 anos, e que vai ficar “topo de gama”. Entretanto, foi comparado equipamento chamado de navegação, que permite a neurocirurgia de tumores cerebrais com muito mais segurança, para os serviços de neurocirurgia e otorrinolaringologia. E foi totalmente renovado o parque de equipamento de gastroenterologia e hemodiálise», enumerou Pedro Nunes.
«Em todos os serviços foram reparados ou substituídos equipamentos que estavam mais antiquados. Foram comprados equipamentos novos para a radiologia – ecógrafos, monitores – e ventiladores novos para o serviço de Cuidados Intensivos. Neste momento, em termos de equipamento, o hospital começa a estar perfeitamente atualizado», acrescentou.
Esta aposta, acredita o administrador do CHA, poderá ser determinante para convencer médicos de outras regiões, nomeadamente recém-formados, a optar por se fixar no Algarve.
Tendo o mesmo objetivo em vista, o Governo prepara a atribuição de incentivos monetários e fiscais, para os médicos que aceitarem fixar-se em hospitais de zonas do interior e no Algarve.