Duas das três zonas de produção de bivalves de Olhão que se mantinham com a classificação «C» desde novembro de 2013, foram reavaliadadas como «B» (maior qualidade ambiental) à luz de uma nova reclassificação das zonas de produção nacionais, já homologada pelo Governo.
O Sul Informação teve acesso ao despacho do secretário de Estado do Mar, que deverá ser publicado em breve, que determina que de todas as áreas de produção de bivalves em zonas lagunares do Algarve, apenas não têm classificação «B» a zona da «Olh1 – Regueira da Água Quente/Alto da Farroba», situada na zona de ria que fica entre o Cais da Ilha da Armona e as proximidades da Fuzeta (ver mapa abaixo), e o sapal junto à ponte do Arade, em Portimão.
No primeiro caso, manteve-se a classificação «C», no segundo, continua a ser proibida a apanha (classificação «D»).
Esta é uma boa notícia para os mariscadores e viveiristas de Olhão, que voltam a “ganhar” duas zonas de produção de boa qualidade. Em causa estão as denominadas zonas «Olh3 – Fortaleza/Areais» (frente ao jardim Pescador Olhanense e zona imediatamente a Poente) e «Olh4 – Ilhote Negro/Garganta» (no limite Poente do Concelho de Olhão).
Em novembro de 2013, um despacho governamental determinou que a generalidade das zonas de produção portuguesas fossem desclassificadas.
Como consequência, a Ria Formosa passou a ter, predominantemente, zonas classificadas como «C» (cerca de 80 por cento), classificação que impede a comercialização dos bivalves, que nem sequer podem ir para depuradora.
As únicas hipóteses, neste caso, são a sua transposição para uma zona classificada como «B» por um longo período ou a venda à indústria, com muito baixa rentabilidade.
Esta situação trouxe os mariscadores e viveiristas para a rua, em protesto, nomeadamente os de Olhão, que foram mais afetados pela decisão.
Manifestações que levaram o Instituto Português do Mar e da Atmosfera IPMA, com o aval do Governo, a fazer um reajustamento da configuração dos poligonos de produção, em Olhão, o que permitiu alargar em muito a área de produção com classificação «B», mesmo com 3 das 5 zonas de a manter-se como «C».