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António ChainhoPara entrar em «Cumplicidades», há que arranjar cúmplices. E foi isso que António Chainho fez.

O mestre de Guitarra Portuguesa juntou cúmplices de “peso” para o ajudarem a gravar o seu mais recente trabalho, que servirá de base aos concertos de comemoração dos seus 50 anos de carreira.

Estes amigos que angariou durante a sua longa carreira, todos eles músicos bem conhecidos, dos mais diversos estilos, bem como outros cúmplices, darão uma ajuda nos muitos concertos que estão já agendados para 2015.

Cine-Teatro de Loulé foi o local escolhido para aguçar o apetite para o álbum «Cumplicidades», no Algarve, e o concerto acontece já amanhã, sábado, dia 28, às 21h30. Aqui, a convidada especial será Viviane, que já colaborou no passado com conceituado músico português.

António Chainho  falou com o Sul Informação e antecipou o que será o concerto de amanhã, em Loulé.

 

Sul InformaçãoRegressa ao Algarve para celebrar, na região, uma importante marca na sua carreira e aguçar o apetite para o seu novo trabalho. O concerto de sábado dará já uma ideia do que será o «Cumplicidades»?

António Chainho – Sim, neste ano de 2015 estarei a comemorar os meus cinquenta anos de carreira como músico profissional. Para o concerto de sábado, iremos apresentar 9 a 10 temas , inéditos e que fazem parte do «Cumplicidades».

 

SuliConvidou a Viviane para estar presente. Há uma empatia especial com a artista algarvia, fruto de outras colaborações?

A.C. – Uma das ideias que estamos a conseguir por em prática é a de, em cada local onde nos apresentamos, ter um convidado – seja um novo talento à espera de uma oportunidade para se mostrar, seja um amigo de outras aventuras musicais, seja um dos “cúmplices“ que convidei para este trabalho.

No caso da Viviane , que conheço bem e de quem gosto muito, digamos que é uma retribuição ao convite que ela e o Tó [Viegas] me fizeram para estar presente no concerto de apresentação do seu álbum anterior no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa.

Também confesso que ouvi este seu novo trabalho e gostei muito, particularmente do 1º tema, e desafiei os meus “ cúmplices “ dos concertos para encontrarmos um novo arranjo para esse tema e assim poder apresentá-lo neste concerto de sábado.

Concerto Mestre António Chainho

SuliAo longo dos seus 50 anos de carreira, procurou criar uma identidade própria para a guitarra portuguesa, além do Fado. Conseguiu atingir esse objetivo? Foi um caminho difícil?

A.C. – Lembro-me muito bem de ter sido convidado a atuar no Festival de Córdoba, um Festival muito importante, e de ter conhecido o Paco de Lucía, que ficou muito curioso com a Guitarra Portuguesa. Ficámos amigos e, em conversa, ele disse-me que em Espanha os guitarristas de flamengo se cansaram de ficar sempre em segundo plano, relativamente aos cantores, quando eram eles que tinham o maior trabalho e que a certa altura se tinham unido e dado a volta à situação, e que em Portugal deveríamos fazer o mesmo. E nunca mais esqueci aquelas palavras. Tenho tentado provar que a guitarra não é refém do Fado e cada vez mais , ao ver os jovens a explorarem novos caminhos, desde a eletrónica à world music, me convenço que estava certo quanto ao futuro  e ao que imaginei que poderia vir a acontecer com a Guitarra Portuguesa. Como diz o ditado, “quem corre por gosto não cansa”.

Antonio Chainho

SuliOs grandes momentos de comemoração dos 50 anos de carreira acontecerão em Lisboa e no Porto. O que se pode esperar desses concertos? Há possibilidade de replicar estes espetáculos noutros pontos do país?

A.C. – Para já, iremos fazer o CCB em Lisboa , a 10 de abril, e teremos como convidados o Pedro Abrunhosa, a Ana Bacalhau, a Sara Tavares, o Paulo de Carvalho, o Hélder Moutinho e o Paulo Flores, além da Ana Vieira e da Filipa Pais, as cantoras que sempre nos acompanham e que terão oportunidade de apreciar em Loulé .

Mais tarde, e se tudo correr como planeado, tencionamos fazer os Coliseus de Lisboa e do Porto , até ao final do ano e com a grande maioria dos convidados do disco.

Para além disso, felizmente, temos já muitas datas confirmadas. Para esses espetáculos estamos a convidar, em função da localidade, do espaço e tipo de público, um ou outro “cúmplice”, ou até mais que um.

Dou como exemplo duas atuações: o concerto de dia 24 de Julho em Santiago do Cacém, capital do concelho onde nasci, para o qual convidei a Sara Tavares e o Fernando Ribeiro, dos Moonspell, e ao de 4 de Setembro, um concerto apenas instrumental, que terá lugar no largo de São Carlos, em Lisboa, e onde estarão os “cúmplices“ Kepa Junkera e Raúl d’Oliveira, bem como o meu grande amigo Rão Kyao e a Marta Pereira da Costa, jovem guitarrista e a única mulher  a tocar guitarra portuguesa de forma profissional.

Temos, também, agendadas algumas saídas para fora de portas, como são os casos de Bruxelas, Sérvia, Montenegro e Eslovénia, embora para este ano tenha dado indicações ao Nuno Sampaio, meu manager, para privilegiar o nosso país.

sulinformacao

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