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05_09_2013_eclipseEsta sexta-feira, dia 20 de Março, terá lugar aquele que, visto de Portugal, será o maior eclipse solar desta década. Mas todos os que quiserem assistir a este evento devem recordar que a observação do Sol sem instrumentos ou técnicas adequadas acarreta perigos para os nossos olhos que podem mesmo levar à cegueira.

Por isso, não podemos recorrer a soluções caseiras, tais como o uso de vidro fumado, radiografias, filme fotográfico sobrexposto, disquetes ou mesmo óculos de Sol. E mesmo alguns vidros de soldador poderão não oferecer a proteção suficiente contra radiação ultravioleta, apesar de bloquearem grande parte da luz visível. Assim este vidro deverá ter no mínimo um grau de opacidade igual a 14 (DIN 14).

A abordagem correta passa então por utilizar filtros ou óculos específicos para a observação do Sol, que estão disponíveis em Farmácias e em lojas da especialidade.

Mesmo com estes óculos, devemos limitar a observação o Sol a períodos curtos (de 20 a 30 segundos) espaçados de 3 minutos de descanso, não devendo passar no total a meia hora de observação.

Uma solução mais económica e segura consiste em recorrer ao método de projeção, bastando para tal duas folhas de papel ou construindo uma câmara obscura.

método de projeção
Método de projeção aplicado à observação do Sol

No primeiro caso, basta pegar em duas folhas de papel ou cartão, fazendo um orifício num deles com uma agulha, e projetando a luz que passa por este buraco na segunda folha (este efeito ocorre igualmente com a luz que passa por entre folhagem algo densa).

Quanto à observação direta do Sol, recorrendo a telescópios ou binóculos, apenas poderá ser feita utilizando filtros adequados para a observação solar que sejam específicos para estes instrumentos. Também estes filtros devem ser sempre colocados junto à objetiva e nunca junto à ocular (peça por onde olhamos) do instrumento.

Em alternativa, também podemos projetar a imagem que sai do telescópio ou binóculos sobre uma folha de papel tal como é feito no método de projeção.

Outra solução segura consiste é participar, junto das diversas entidades que, um pouco por todo o país, levarão a cabo sessões de observação do eclipse.

Este eclipse coincide com a chegada da Primavera (que tem lugar às 22h25 do mesmo dia 20).

Como a sombra da Lua não atinge toda a superfície do planeta simultaneamente, em vários locais o eclipse tem início, final ou dimensão diferentes. No caso de Portugal, o máximo do eclipse será atingido pelas 07h50 em Ponta Delgada e Angra do Heroísmo, 8h45 no Funchal, 8h59 em Faro, 9h01 em Lisboa, 9h04 em Coimbra, 9h05 no Porto e 9h08 em Bragança.

No entanto, em Portugal não haverá grandes diferenças quanto à duração do eclipse, que irá rondar perto de duas horas.

Quanto à extensão do eclipse, ele irá variar entre o uma ocultação de 57% do disco solar na Madeira, 62% em Faro, 72% em Bragança e 74% nos Açores.

 

Autor: Fernando J. G. Pinheiro (CITEUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

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