As denúncias de munícipes e as notícias sobre as más condições em que os animais vivem no Canil Municipal de Loulé levaram a autarquia louletana a emitir um comunicado no qual se demarca de «qualquer prática que ponha em causa o bem-estar e os direitos dos animais» e onde garante que «está a efetuar todos os esforços para desenvolver uma política de proteção dos animais, melhorando as suas condições de vida, particularmente de canídeos e gatídeos».
A autarquia, que tem em curso um um processo disciplinar instaurado ao veterinário municipal, diz ainda que já fez «um levantamento do equipamento e material necessário para melhorar o funcionamento do Canil Municipal» e que «os técnicos da Câmara Municipal estão a elaborar um projeto com o objetivo de ampliar e melhorar as condições de atendimentos e alojamento dos animais neste local».
No entanto, refere que, entretanto, já «foram levadas a cabo melhorias no Canil Municipal de Loulé, de forma a dar melhores condições de conforto para os animais aí alojados» e diz «”em voz alta”» que «as muitas fotos que têm circulado nas redes sociais em que os animais se encontram em condições visivelmente degradantes no espaço do Canil não são atuais, pelo que não se entende o seu uso, nem a sua divulgação».
No comunicado que foi enviado às redações também com uma versão em inglês, devido «ao grande número de cidadãos britânicos residentes no Concelho de Loulé dedicados à causa animal», a autarquia lembra que, desde o início do seu mandato, o presidente da Câmara Vitor Aleixo «assumiu o compromisso de melhorar as condições no Canil Municipal e manter uma relação de proximidade e colaboração com as associações que apresentem planos de trabalho para o mesmo».
Nesse sentido, «foram dadas indicações expressas quanto à não autorização do abate de animais, particularmente no Canil Municipal, ficando, no entanto, salvaguardadas as situações em que estivessem em causa a saúde pública ou sofrimento extremo».
Segundo a autarquia, foi também celebrado «um protocolo com a Associação dos Amigos dos Animais Abandonados de Loulé, através do qual foi atribuído um subsídio para fazer face aos custos de manutenção e bom trato dos animais, em particular no Canil S. Francisco de Assis».
A Câmara Municipal também adianta que no, próximo mês de abril, deve ser submetido à aprovação da Assembleia Municipal um Regulamento sobre a Vida e a Proteção Animal do Município de Loulé e que foi solicitado à Direção Geral de Veterinária «um pedido de autorização que possibilitará a realização de campanhas de esterilização com as associações legalmente constituídas e que queiram colaborar nessas ações».
As condições em que os animais são mantidos e tratados no Canil Municipal de Loulé têm merecido muitas críticas de munícipes e associações de proteção de animais, sendo que existem duas petições a decorrer relacionadas com o assunto.
A primeira, que tem perto de 1800 assinaturas, e pede o encerramento temporário do Canil Municipal de Loulé, faz várias denúncias sobre o funcionamento do espaço, entre elas «a prática de atos médico-veterinários sem as devidas condições físicas e humanas», a manutenção dos animais «todos juntos, incluindo os que têm lesões» ou relativamente ao abate de animais «sem cumprimento das disposições legais relativas à recolha, captura e abate de animais de companhia».
Já a outra petição, que pede a responsabilização de «todos os intervenientes da Câmara Municipal de Loulé bem como do Canil Municipal pelos crimes cometidos no exercício das suas funções», exige que «a lei seja cumprida e que sejam responsabilizados os responsáveis por tal crueldade inominável». Esta petição conta com 677 assinaturas.
No entanto, como esclareceu a autarquia de Loulé, apesar de nem tudo estar ainda bem, a situação atual do Canil Municipal é já bem diferente da que motivou essas petições.
