O Parque de Campismo da Praia de Faro vai mesmo ser renovado e deverá estar aberto ao público já em 2016. No entanto, a renovação não vai acontecer nos moldes propostos por Rogério Bacalhau, mas sim de acordo com a proposta apresentada pela CDU. A principal diferença: o contrato de comodato com a Associação de Utentes e Amigos do Parque de Campismo mantém-se válido até perto do início das obras.
Na reunião de Câmara realizada ontem à tarde, que durou perto de quatro horas, e que contou com a presença de cerca de 40 utentes do parque, a proposta do presidente da Câmara foi apresentada primeiro, mas foi chumbada com os votos contra do PS e da CDU. Já a proposta da CDU foi aprovada com os votos dos vereadores socialistas e do vereador comunista e com o voto contra do PSD.
Outro ponto de discórdia entre as duas propostas, para além do timing da denúncia do contrato de comodato é o papel que a Associação de Utentes e Amigos do Parque de Campismo pode vir a ter na gestão do parque renovado e a possível existência de um espaço reservado para quem ocupa atualmente o local.
António Mendonça, vereador da CDU, considera que «é importante contar com a experiência [da associação] para o futuro» e que poderá existir uma área reservada para os atuais utentes.
Uma situação que não agrada particularmente a Rogério Bacalhau. Em declarações ao Sul Informação, o autarca diz não poder aceitar «que quem lá está agora tenha direitos assumidos para o futuro».
Em relação à rejeição da proposta por si apresentada em reunião de Câmara, o presidente assumiu que «na prática, todos estávamos de acordo com a forma como será utilizado o espaço, o futuro é que é diferente nas duas propostas […] a CDU acha que a Associação de Utentes deve ser ouvida…».
O facto de o contrato de comodato não ser denunciado para já, coloca problemas, mas não vai atrasar o início das obras: o parque de campismo é para abrir no verão de 2016.
«Temos tempo para fazer a obra com esse timing, apesar de ser um constragimento ter que fazer o projeto com o espaço ocupado», afirma.
Já as regras de rotatividade do futuro parque, serão levadas a votação em reunião de Câmara e, depois, a Assembleia Municipal.
Já Luís Graça vereador do PS, em declarações ao Sul Informação explicou que os socialistas estavam «contra a manutenção do uso atual daquele espaço. Pessoalmente até defendia que ali devia ser criada uma zona de lazer, mas havendo maioria na Câmara a defender esta solução tínhamos que votar a favor. E esta solução é bem melhor do que fazer lá um parque de estacionamento, transformando a Praia de Faro num “stand de automóveis”».
Os motivos que levaram os socialistas a votar contra a proposta do edil farense e a favor da proposta da CDU basearam-se no «comportamento dúbio» do autarca neste processo e pelo facto de a proposta que foi levada primeiro a votação ter surgido depois da que foi apresentada pela CDU. «[Rogério Bacalhau] veio propor esta solução a reboque», considerou.
No entanto, Luís Graça tem reservas sobre a execução deste projeto. «Tenho algumas dúvidas se é possível fazer naquele espaço um parque de campismo que cumpra todas as regras atuais. Esperamos que não seja uma proposta “para inglês ver”», conclui.