Banalização da cultura, a literatura dos tempos de Vanguarda e do Romantismo é a mãe da literatura, mas, infelizmente, são muitos os escritores que não a respeitam, hoje qualquer pessoa escreve um livro: serão todos os livros cultura ou existe uma diferença notável entre cultura e entretenimento?
Estes foram alguns dos temas debatidos ao fim da tarde do dia 8 de abril, no Teatro das Figuras, na conferência «A Cultura é um Privilégio de Minorias?», que teve como oradores convidados o poeta e crítico Pedro Mexia e o filósofo, professor e programador cultural António Pinto Ribeiro, tendo como moderador João Guerreiro, ex-reitor da Universidade do Algarve.
Pinto Ribeiro e Mexia tiveram opiniões convergentes. O primeiro, professor na Universidade Católica, confessou que, com a modernização do conceito de cultura, sente dúvidas na matéria a dar aos seus alunos de ciências da comunicação, “se Bourdieu ou Rap”.
Sempre com uma veia humorística, Pedro Mexia referiu, por exemplo, as redes sociais como meio de imediatismo. A nova geração vê os conteúdos de informação, seja cinema, um teatro ou um recital, não como um ponto de partida para gerar reflexões coletivas, mas sim para ter uma opinião imediata, que pode ser partilhada nas redes sociais.
Nos últimos vinte minutos da conferência, a conversa foi aberta ao público, que expôs as suas questões aos oradores.
No final da conferência, inserida no ciclo Ideias em Palco, João Guerreiro, que é também o comissário desta iniciativa, lançou o repto para que a audiência se mantivesse atenta à próxima conferência que está a ser preparada para o mês de junho.