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Exploração Gás NaturalO modelo de prospeção de hidrocarbonetos ao largo do Algarve está definido há muito e as regras de exploração acordadas entre o Estado Português e o concessionário, a empresa espanhola Repsol, em negociações que muitos acusam de ter decorrido com «secretismo».

E é para tentar trazer mais luz a este processo e acertar estratégias para o combater que se realizará o 1º Encontro Público Algarve Livre de Petróleo, a partir das 16 horas, no Spot Café, no Parque de Lazer das Figuras, em Faro.

Esta é uma iniciativa aberta a todos, mas que servirá, principalmente, para a troca de informações e acerto de posições entre as diversas entidades que compõem o movimento que a organiza. A Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) junta diversas associações ambientalistas, como a Quercus e a Almargem, ms também coletividades de outros setores, como a Glocal-Faro e a Associação de Surf e Actividades Marítimas do Algarve, além de cidadãos, a título individual.

No encontro desta tarde «serão debatidos os riscos ambientais, económicos e sociais da exploração de petróleo e gás natural para a região».

«Será debatido também o contrato de exploração de hidrocarbonetos estabelecido entre o Estado Português, a Repsol e a Partex, e serão ainda discutidas futuras acções e estratégias de intervenção, por parte da PALP e de todos cidadãos simpatizantes desta causa, no sentido de travar a expropriação ecológica da costa algarvia», anunciou a PALP, numa nota de imprensa.

Rosa Guedes: “Não somos nós [portugueses] que vamos lucrar com a exploração de hidrocarbonetos, apenas ficaremos com os efeitos negativos”

Em declarações ao Sul Informação, a representante da Glocal-Faro na plataforma, Rosa Guedes, explicou que o grande objetivo do evento é «consciencializar a população para a existência deste problema e dar a conhecer que há um grupo que contesta a exploração e petróleo».

E o problema, na perspetiva da PALP, vai além das questões ambientais. «Queremos desmistificar alguns conceitos. Os hidrocarbonetos são uma riqueza, mas os lucros [à luz do atual acordo] não são para os portugueses. Não somos nós que vamos lucrar com a sua exploração, apenas ficaremos com os efeitos negativos», defendeu.

Numa perspetiva mais voltada para a PALP, em si, esta é uma oportunidade para os seus elementos de se aproximar mais e harmonizar as suas ações de luta. «Vamos juntar os grupos e decidir o que ainda pode ser feito. Apesar de serem todos do Algarve, os membros não são da mesma terra, o que motiva alguma dispersão geográfica. Assim, todos poderão revelar o que está na sua agenda», resumiu Rosa Guedes.

A iniciativa prevê intervenções de diversas personalidades, em representação das entidades membro da plataforma, nomeadamente: Fernando Dias, da Quercus; Rosa Guedes, da Glocal-Faro; João Eduardo Martins, do Movimento Algarve Livre de Petróleo; Laurinda Seabra, da; Manuel Vieira, da Associação Almargem; Gianmaria Califano, da New Loops e Raquel Ponte, da Plataforma Algarve Livre de Petróleo.

Segue-se um período em que «será dada a palavra a todos os presentes, de modo a que se possam pronunciar sobre um assunto que é do interesse público de todos os portugueses».

Encontro Algarve Livre de PetróleoRosa Guedes não antecipa resultados, para este encontro, mas acredita que nele poderá ser dado um impulso às duas moções que estão a circular, para tentar parar o processo. «Há uma que foi, maioritariamente, assinada por estrangeiros, que se destina ao Parlamento Europeu. E há outra, de iniciativa da MALP, de cariz nacional. A primeira, obriga à recolha de mais assinaturas, o que levará mais tempo. Mas, tendo em conta a atual composição da Assembleia da República, poderá ser mais eficaz», considerou.

Isto porque, considera a representante da Glocal-Faro, «o atual Governo está decidido a cumprir uma série de objetivos», entre os quais se conta a concessão da exploração de hidrocarbonetos ao Largo do Algarve à Repsol.

A plataforma não poupa críticas ao Governo, nomeadamente às declarações do secretário de Estado do Mar, durante o “Fórum Economia do Mar”, que decorreu na Universidade do Algarve, na passada semana.

Questionado sobre os efeitos da exploração de hidrocarbonetos, ao largo da região, Manuel Pinto de Abreu respondeu «que “as plataformas estão longe da costa” e, por isso, não há problemas de maior». «Portanto, longe da vista, longe do coração», ilustra a PALP.

Também criticada, é a atitude das autarquias do Algarve, já que «das dezasseis Câmaras Municipais do Algarve contactadas pela Plataforma Algarve Livre De Petróleo para discutir este assunto, apenas a Câmara Municipal de Silves se dignou a responder».

sulinformacao

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