No passado dia 20 de Maio, a Ordem dos Economistas apresentou as linhas orientadoras para um Modelo Económico Regional para o Algarve, no que considera que devem ser as bases do futuro Modelo Económico Regional.
Estas linhas definem as orientações do ponto de vista macro a nível regional e pretendem ser a base para os estudos e análises a nível micro, tendo em consideração a melhoria generalizada da economia do Algarve como um todo, respeitando, tanto quanto possível, as especificidades e características de cada Concelho e as suas vantagens competitivas e comparativas.
O Modelo Económico apresentado assenta em 3 pilares fundamentais. O primeiro é o desenvolvimento do Turismo e os seus efeitos nas restantes atividades económicas, incentivando uma maior incorporação dos produtos regionais (exemplo: criação da certificação regional de qualidade), reforço da campanha nos maiores mercados atuais (exemplo: Reino Unido), aposta na requalificação dos Portos de Faro e Portimão, ajustando-os às atividades turísticas (exemplo: Cruzeiros) e aposta forte no turismo náutico com a criação de vários ‘’Centros do Mar’’ (exemplo: Centros de prática profissional e amadora de canoagem, vela, mergulho, marinas e portos de recreio).
Tudo isto, associado a uma melhoria da informação estatística.
O segundo pilar fundamental, desenvolvimento de uma nova economia regional, através da aposta na Agroindústria (exemplo: melhoria do sistema de rede de rega das barragens) e Aquacultura (investimento no desassoreamento das Rias e Barras), bem como uma forte aposta na denominada ‘’Economia do Mar’’.
Esta evolução no Modelo Económico Regional só é possível com uma Administração ‘’Amiga do Investimento’’, através da qualificação do Recursos Humanos e reorganização dos organismos regionais, nomeadamente da CCDR, dotando-a de competências políticas e financeiras acrescidas, uma maior definição da política da Água e Saneamento, e uma política de Mobilidade e Transportes que sirva a Região.
O sucesso deste Modelo passa pelo aumento de escala ao nível das empresas e grupos empresariais (incentivos fiscais e financeiros às fusões e aquisições de empresas, verticalmente ou horizontalmente) e pelo ganho de peso político nacional das Associações Regionais dos vários setores, através da sua união (temos setores com várias Associações).
A sua aplicação passa também pelo esforço das Instituições Regionais em discuti-lo e implementá-lo, bem como, vontade política regional e central.
Pensem nisto.
Autor: Carlos Manso
Membro Efetivo da Ordem dos Economistas
Vice-Coordenador da Delegação do Algarve da Ordem dos Economistas
Diretor Financeiro da InfraLobo