O Aeroporto de Faro celebrou, a 30 de novembro de 2014, um marco histórico na aviação regional e nacional ao atingir os 6 milhões de passageiros/ano. Um número bem diferente do atingido no seu primeiro ano de operação, em 1966, quando a pista algarvia quase chegou aos 59 mil passageiros.
Em 2005, aos 40 anos, o Aeroporto de Faro atingiu os 4,5 milhões de passageiros, barreira que rapidamente ultrapassou, em 2006, quando, pelas portas de desembarque, passou o senhor (ou senhora?) 5 milhões.
Desde esse ano, a capacidade de processamento de aeronaves/hora em Faro passou de 22 para 24 movimentos, mantendo-se, porém, a capacidade de processamento de passageiros no terminal de 2400 passageiros/hora, em cada sentido.
Entre os anos de 2006 e 2014, o Aeroporto de Faro apresentou uma taxa média de crescimento anual de passageiros na ordem dos 2.5%, e nesta configuração procurou sempre adaptar-se às novas exigências e ao crescimento do mercado e do cliente Low Cost.
Houve ainda um incremento de 11 pontos percentuais (dados ASQ Survey) que configuram ao staff do Aeroporto um claro destaque pela cortesia e eficiência de serviços, ao nível do Check-in, Controlo de Fronteira e Segurança.
Nesse período, deu-se também a fidelização dos principais mercados que servem o Aeroporto de Faro e a região do Algarve: 1º Reino Unido; 2º Alemanha; 3º Irlanda; 4º Holanda; 5º Portugal.
A Ryanair é a principal companhia em Faro, com mais de 1.7 milhões passageiros em 2014 (estimado), e representa 28% do total de tráfego do ano.
O ano de 2014, depois de ultrapassada a barreira dos 6 milhões a 30 de Novembro, chegou ao fim com 6.166.927 passageiros, segundo os dados do Relatório de Tráfego da ANA, a que o Sul Informação teve acesso. Uma performance que se traduziu num acréscimo de 3,1% em relação ao ano de 2013.
Ontem, um dia antes da data do cinquentenário, que hoje se comemora, a administração da VINCI e da ANA Aeroportos esteve em peso no Algarve para apresentar a obra da nova Aerogare, que vai custar 32,8 milhões de euros, e que deverá estar pronta em Março de 2017.
Quando as obras de ampliação e remodelação da aerogare, que começam em Outubro, estiverem concluídas, a atual capacidade de 24 movimentos/hora na pista vai passar a 30 movimentos/hora.
A nível de passageiros, em cada sentido, o aeroporto vai passar a poder processar 3000 passageiros/hora, em vez dos atuais 2400 passageiros/hora.
Uma das razões para esta subida passa pelo aumento do número de postos de controlo de segurança dos atuais 11 para 17, e do número de postos de controlo de passaportes, que costuma provocar atrasos na chegada de passageiros, de 8 para 10.
Em termos de datas, as mais importantes são a da inauguração, 11 de Julho de 1965, a da construção da nova aerogare, em 1989, e a da inauguração do sistema automático de aterragem ILS, em 2003.
Mas há ainda datas menos alegres a recordar. A principal é o dia 21 de Dezembro de 1992, quando, às 7h33m20seg um avião DC-10 charter da companhia Martinair Holand, vindo de Amesterdão, se despenhou na pista 11 do Aeroporto de Faro, causando 56 mortos, 106 feridos graves e 178 feridos leves ou ilesos, entre passageiros e tripulação.
Este foi o pior acidente na história da infraestrutura algarvia e um dos piores acidentes aéreos em Portugal.
As causas? Segundo o Relatório do acidente feito pela DGAC, foi uma mistura de coisas que correram mal: as condições meteorológicas adversas, com chuva intensa que provocou o alagamento da pista – uma informação vital transmitida pela Torre de Controlo ao avião, mas que não foi compreendida devidamente -, o facto de a aterragem estar a ser comandada pelo copiloto, a resposta tardia do comandante, quando se apercebeu que a aeronave tinha descido depressa demais, tentando, sem êxito, corrigir a trajetória, a instabilidade causada pelos ventos cruzados, a redução prematura da potência dos motores.
Em resultado desta sucessão, a aeronave tocou no solo a grande velocidade e desequilibrada, primeiro com o trem de aterragem direito, que se partiu. Batendo com o motor e a asa direita no chão, o avião arrasta-se ao longo da pista cerca de 30 metros e vai fazendo um movimento de rotação, até atingir a posição de barriga para cima.
A fuselagem parte-se em duas e o combustível que ainda havia nos depósitos explode e provoca um fogo que destruirá toda a zona traseira do avião.
Mais recentemente, foi novamente o mau tempo a causar estragos no Aeroporto, desta vez sem vítimas mortais, embora com prejuízos avultados. Foi na madrugada de 24 de Outubro de 2011, quando um fenómeno atmosférico conhecido como downburst, provocando fortes ventos, destruiu e fez cair parte da cobertura da aerogare, em dois pontos distintos da zona de acesso livre do terminal de passageiros, causando cinco feridos ligeiros.
A situação no Aeroporto de Faro levou ainda alguns meses até ser totalmente normalizada.