O material ainda conserva aquele brilho característico das coisas novas. Mas não tardará muito até que alunos do Centro de Formação Profissional de Faro, no Areal Gordo, comecem a explorar os segredos que escondem no seu interior, para aprender a repará-lo.
A Samsung celebrou um acordo de colaboração com a delegação de Faro do Instituto do Emprego e Formação Profissional, que contempla a cedência de produtos desta marca, desde televisões de última geração a tablets, e a criação de um polo do Samsung Tech Institute no Areal Gordo.
O protocolo entre a multinacional sediada na Coreia do Sul e o centro de formação algarvio foi assinado esta terça-feira. E assume uma grande importância, na visão do presidente do Conselho Diretivo do IEFP Jorge Gaspar, já que a áreas das tecnologias de informação e eletrónica têm «uma fortíssima empregabilidade».
Há mesmo estimativas que, segundo o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social Pedro Mota Soares, que presidiu à sessão de assinatura do protocolo, indicam que, «em 2020, haja um défice de mais de um milhão de profissionais na área da economia digital e das tecnologias de informação».
Estas são boas notícias para os jovens (e menos jovens) que optaram por tirar os seus cursos no Areal Gordo, nos setores da eletrónica e informática. Todos eles terão acesso, durante o seu percurso formativo, ao novo material cedido pela Samsung, que representa um upgrade do que existia anteriormente e, como tal, uma atualização das competências que podem ser transmitidas.
«Antes, não tínhamos equipamento deste. Televisões, tínhamos das normais. Mas trabalhar com LCDs já é muito diferente. Também fazíamos a reparação de PC, mas essencialmente de torres. Agora, fizemos um upgrade tecnológico, evoluímos e vamos começar a trabalhar com material mais recente», disse o formador da área de eletrónica e telecomunicações do Centro de Formação farense Júlio Silvestre.
«Vamos ter tempo de formação específico para reparação deste tipo de equipamentos. Será uma formação genérica, não específica para esta marca, mas utilizaremos material da Samsung. O formando sai daqui e fica com as noções de como reparar este tipo de tecnologia», ilustrou.
«Nos últimos anos, temos apostado numa formação mais orientada ao mercado de trabalho e na melhoria das condições para os nossos formandos, nomeadamente ao nível das instalações e dos equipamentos, com o objetivo final de que os alunos, quando acabem a sua formação, integrem o mercado de trabalho», resumiu, por seu lado, o delegado regional do IEFP Carlos Baía, à margem da sessão.
«Vamos começar a trabalhar com uma empresa de dimensão mundial, cujos equipamentos estão massificados e disseminados por um conjunto alargado de locais e utilizadores: estão no consumidor final e nas empresas. Vimos aqui as televisões, os tablets e os telemóveis, mas é preciso não esquecer que a Samsung está, também, no Ar Condicionado e que há material desse na hotelaria algarvia», disse.
Este contacto com «a realidade que vão encontrar no mercado de trabalho» ajuda os formandos de áreas ligadas às novas tecnologias de forma tranquila. «Tivemos aqui um conjunto de parceiros que já nos tinham manifestado a dificuldade de recrutar profissionais com o conhecimento necessário nesta área, para trabalhar nas suas empresas. o que estamos a fazer é trabalhar para satisfazer essa necessidade», assegurou.
«A nossa perspectiva é que as primeiras fornadas de formandos sejam logo inseridas no mercado de trabalho. Até porque já tivemos experiências, no passado, também de formações na área da eletrónica, em que todos os alunos continuaram empregados, sempre que assim o entenderam», acrescentou Carlos Baía.
Para já, ainda não há data para o início de uma nova formação nas áreas de eletrónica e informática, mas deverão «começar muito em breve», garantiu. Até lá, os formadores do centro irão receber formação da Samsung, sobre o equipamento agora fornecido.
Também a adquirir competências, mas no domínio da língua portuguesa, está o diretor da Samsung Portugal Jong Soo Kim. Apesar de admitir que ainda está longe de dominar a nossa língua, uma tarefa que considera ser «muito difícil», foi na língua de Camões que deu a sua visão sobre o protocolo que foi assinado.
«Admiro os portugueses, por serem os pais dos Descobrimentos. Espero que mantenham o mesmo espírito, no futuro. A Samsung procurará contribuir um pouco para novas descobertas, com a sua tecnologia», disse.
Este é o quinto Samsung Tech Institute a ser criado em centros de formação do IEFP, depois dos de Lisboa, Porto, Aveiro e Santarém.
