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Catarina Martins_2O plafonamento é «uma ideia destruidora da Segurança Social», acusou ontem, em Portimão, Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda.

O plafonamento é a principal medida de reforma na Segurança Social proposta pela coligação PSD/CDS no seu programa eleitoral, apresentado publicamente na passada quarta-feira.

Ontem, à margem da apresentação, em Portimão, dos candidatos do Bloco de Esquerda (BE) pelo Algarve, Catarina Martins disse aos jornalistas que o plafonamento é uma ideia «que o próprio PSD, em 2007, reconhecia que obrigaria a uma injeção na Segurança Social de nove mil milhões de euros, mais a alienação do fundo de capitalização, portanto é uma ideia destruidora da Segurança Social».

Comentando o programa da Coligação Portugal à Frente, que junta os partidos atualmente no Governo, a líder do BE acusou-o de ser «mal feito, sem números, improvisado, com vários dados bastante preocupantes e com uma ideia destruidora» da Segurança Social.

«Passos Coelho e Paulo Portas mostram uma preocupação social hoje que, depois do que fizeram em quatro anos, não pode ser levada a sério», frisou.

Catarina Martins sublinhou que «o programa esconde o que eles já se comprometeram a fazer em Bruxelas: PSD e CDS já se comprometeram a cortar 600 milhões de euros em pensões, por exemplo, o que não disseram agora no seu programa».

Para demonstrar essa alegada falsa «preocupação social» da coligação no Governo, salientou o facto de o programa «não apresentar uma única medida e uma única palavra para as famílias com menos recursos financeiros».

A coordenadora do Bloco disse ainda que Passos Coelho e Porta «vivem na ilusão de que podem continuar a enganar as pessoas, mas as pessoas lembram-se que, em 2011, prometeram dar tanto e acabaram por tirar quase tudo a quase toda a gente».

Catarina Martins_3«O engano da coligação é achar que as pessoas em Portugal vão continuar a ser enganadas, mas a realidade é muito mais forte do que qualquer propaganda», acrescentou.

Por isso, para os bloquistas, o programa da coligação apenas «apresenta o caminho da bancarrota, com a ideia da privatização dos mais variados setores da economia, com a entrega a privados de mais responsabilidade nos campos da educação, saúde e apoio social».

«É fazer Parcerias Público Privadas para garantir rendas a privados de todas as funções do Estado, e esse é o caminho da bancarrota», disse, sublinhando que «este é o caminho que Portugal já conhece e que endivida mais o país, com a dívida a crescer ao ritmo de 1,5 milhões de euros a cada hora».

Falando perante a meia centena de pessoas que ontem se reuniu no espaço do café concerto do Teatro Municipal de Portimão, para a apresentação dos candidatos do Bloco às Legislativas de 4 de Outubro, a líder do BE quis «desmontar os enganos e dizer que em Portugal as pessoas não se assustam».

E um desses «enganos» do atual Governo tem a ver, segundo Catarina Martins, com os dados do desemprego. «Quando alguém nos diz que os números do desemprego estão a descer, é bom lembrar estes 23 mil que saem do país a cada mês», sublinhou, acrescentando que «só a emigração representa 6 pontos percentuais» na diminuição da taxa do desemprego.

Mas a coordenadora do Bloco falou ainda dos «estágios, dos Contratos Emprego Inserção, das formações absurdas que obrigam as pessoas a fazer, da forma como perseguem os desempregados até estes se “desarriscarem” dos Centros de Emprego, porque não são medidas de emprego, são medidas de coação».

Apesar de ter dirigido a maioria das suas críticas à coligação Portugal à Frente, que junta PSD e CDS, Catarina Martins também dirigiu farpas ao Partido Socialista, acusando-o de estar na mesma sintonia que os partidos do Governo quanto à Segurança Social, ao emprego e às privatizações.

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