O Partido Socialista tem uma «lista escondida» de privatizações, apesar de escrever no seu programa que é «preciso regras para a privatização transparente», disse Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, ontem à noite, durante a apresentação dos candidatos do BE às Legislativas, pelo Algarve.
Falando perante mais de meia centena de militantes e simpatizantes bloquistas, numa sessão no espaço do café concerto do Teatro Municipal de Portimão, Catarina Martins frisou que o PS «não diz o que quer privatizar», mas «escreve no programa que é preciso regras para a boa privatização, para a privatização transparente».
Ora, salientou «tanta regra para a privatização transparente, com uma lista escondida do que quer privatizar com essas regras transparentes é tudo menos transparente, é tudo menos alternativa a este Governo».
Na sua intervenção, apesar de ter dirigido a maioria das suas críticas à coligação Portugal à Frente, que junta PSD e CDS, a coordenadora do Bloco também dirigiu, assim, farpas ao Partido Socialista, acusando-o de estar na mesma sintonia que os partidos do Governo quanto à Segurança Social, ao emprego e às privatizações.
«O Partido Socialista propõe, sobre a Segurança Social, a descapitalização, com a baixa da TSU. Desse ponto de vista, estão todos muito alinhados, para acabar com a sustentabilidade da SS e determinar que as pensões no futuro vão ser mais baixas».
Quanto ao emprego, defendeu, tanto PS como a coligação no Governo «acham que o problema do mercado de trabalho é que há direitos a mais para quem trabalha, acham que é difícil despedir, no país em mais de meio milhão de postos de trabalho foram destruídos».