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Variante Faro abertaAs obras na EN125, entre Olhão e Vila Real de Santo António, devem começar ainda este ano e estar concluídas até final de 2016. Essa é a perspetiva da empresa Infraestruturas de Portugal (IP), cujo presidente António Ramalho garantiu ao Sul Informação que se está a procurar acelerar a conclusão dos projetos das diferentes intervenções previstas, para que a obra comece «logo que seja possível».

«Do lado de Olhão, nós esperamos fazer intervenções durante o que resta de 2015 e todo o ano de 2016. Já fizemos os diferentes projetos, para que esta parte da EN125 também seja requalificada até Vila Real de Santo António», revelou o responsável pela empresa pública, momentos antes da abertura à circulação da Variante Norte de Faro.

Inserida neste conjunto de empreitadas está a da requalificação da Ponte de Guadiana, ao abrigo de um convénio assinado pela IP com as autoridades espanholas. «Esta é uma obra que, por vezes, é esquecida, mas que é um ponto muito importante, por ser a entrada no país. Está bastante degradada, apesar de não colocar questões de segurança. Em Junho, assinámos o protocolo com Espanha, não só da calendarização, mas também da quantificação de custos. Desta vez, cada um vai pagar, desde a primeira hora, a sua parte dos custos», revelou.

variante de lagos_01«Na prática, estamos a tentar, com a aceleração  dos projetos, compensar os atrasos que a nossa programação inicial pode ter. Nesse sentido, estamos com um trimestre de atraso. O que nós queremos é não ter mais do que um trimestre de atraso em relação àquilo que foi conversado com a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e conseguir concluir todas as obras em 2016. Ficaríamos muito bem se conseguíssemos ter a EN125 toda requalificada no final do ano que vem», disse António Ramalho.

Caso as obras só sejam concluídas no fim de 2016, também se estaria com «seis meses de atraso em relação ao cronograma inicial», lembrou o presidente da AMAL Jorge Botelho. «O que importa é que as obras se façam o mais depressa possível e a nossa pressão é essa. Já chega de mortes na EN125, já chega de falta de condições para os residentes e turistas. O Inverno vem aí e nós queremos que as obras decorram fora da época alta, para estarem concluídas antes do Verão», resumiu Jorge Botelho, em declarações ao Sul Informação.

O também autarca tavirense disse  que a entidade que junta os 16 municípios do Algarve ainda não foi informada das perspetivas da Infraestruturas de Portugal, já que ainda esperam reunir-se com os seus responsáveis.

«Tinha a esperança de falar com o presidente da IP durante a inauguração da Variante Norte de Faro, mas, como a cerimónia foi cancelada, acabámos por não nos reunir. Já reforçámos o pedido para um encontro urgente, para acertarmos o cronograma. Neste momento, a obra está manifestamente atrasada», disse o edil de Tavira.

Do outro lado da EN125, entre Faro e Vila do Bispo, as obras já estão a decorrer há muito tempo e algumas estão mesmo acabadas. É o caso da Variante de Lagos, inaugurada a 1 de Julho. Também aberta à circulação automóvel, mas ainda a meses de estar totalmente concluída, está a Variante Norte de Faro. As intervenções restantes serão acabadas até final do primeiro trimestre de 2016.

«Queremos ter tudo concluído em Março de 2016. Neste período de Verão, não é possível fazer intervenções nesta estrada, por isso a ideia é que, a partir de Setembro, possamos concluir, em força, os trabalhos que ainda faltam», revelou ao nosso jornal o administrador delegado da concessionária Rotas do Algarve Litoral Rui Sousa.

A Variante do Troto, em Almancil, onde as obras decorrem a bom ritmo, deverá ser inaugurada «no final de Outubro».

 

Obras no Sotavento deviam ter começado após o Verão de 2014

Novo troço da Variante a Faro já foi abertoA discrepância entre os prazos de execução das obras nestas duas zonas da EN125 está ligada à decisão de retirar todas as intervenções que a concessionária Rotas do Algarve Litoral tinha a competência de fazer, ao abrigo do contrato inicial, assinado em 2009.

Uma renegociação deste contrato, em 2013, retirou da concessão o troço da EN125 entre Olhão e Vila real de Santo António, passando parte das obras para aqui previstas para a alçada da então Estradas de Portugal, que após a recente fusão coma REFER, se passou a chamar Infraestruturas de Portugal. Uma medida que, segundo o Governo, permitiu poupar mais de 400 milhões de euros.

Esta diminuição de custo está muito ligada à supressão de diversas intervenções, que não vão avançar, pelo menos tão cedo. Entre elas, destacam-se a Variante de Olhão, a Variante à Luz de Tavira e a Variante de Odiáxere, bem como a ligação de Faro a São Brás de Alportel (EN2) e de Albufeira à Guia (IC1), onde as obras até já tinham começado.

Em Julho de 2014, mês para o qual o reinício das obras foi agendado, o presidente da Câmara de Loulé Vítor Aleixo acusou a Estradas de Portugal de «enganar os algarvios», com o anúncio do recomeço da requalificação da EN125.

Alguns meses mais tarde, foi Luís Gomes, presidente da Câmara de VRSA e do PSD/Algarve,  a considerar que «os autarcas do Sotavento foram enganados» pela empresa, já que foi transmitido aos edis algarvios que as obras iriam ter início após o Verão de 2014, mas ainda não começaram no Sotavento.

Para as obras na EN125, entre Olhão e Tavira, estão destinados 13,5 milhões de euros, a que se juntam mais de 10 milhões de euros, destinados à requalificação da Ponte do Guadiana.

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