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Biometore2-1O banco submarino Gorringe, sítio recentemente classificado pelo Governo português como de conservação prioritária, situado ao largo do Cabo de São Vicente, foi o objetivo da segunda Campanha do Projeto Biometore.

A campanha envolve a tripulação do N/I «Arquipélago» e cientistas do DOP e do IPMA, que partiram do porto da Horta, ilha do Faial (Açores), rumo ao cume do Gettysburg do Banco Gorringe.

O Banco Gorringe foi descoberto numa campanha de mapeamento dos fundos marinhos do navio USS Gettysburg (1858) em 1875, capitaneado por Henry Honychurch Gorringe.

O banco localiza-se a 127 milhas da ponta de Sagres, ligeiramente abaixo da latitude do Algarve, e tem dois picos: o Gettysburg, a oeste (que sobe aos 20 metros abaixo do nível do mar) e o Ormonde, a este (que sobe aos 33 metros).

A primeira etapa da segunda missão do Gorringe tem como objetivo estudar um dos picos deste banco submarino, o Gettysburg, através da pesca com palangre de profundidade, pesca com covos, vídeo do lander, recolha de dados oceanográficos com CTD, além de amostragem de água e capturas acessórias de invertebrados.

Sendo um local recentemente explorado por equipas científicas portuguesas e europeias, como a Oceana, apenas estudado através de mergulho com escafandro e mergulho com ROV, a expectativa da equipa científica era grande.

No dia 24 de Agosto, a equipa realizou o primeiro lance de palangre de profundidade e o primeiro lance com covos.

banco gorringe«O palangre de profundidade capturou uma enorme quantidade de peixes com dimensões consideráveis. A ictiofauna capturada foi essencialmente composta por cavala, chicharro, garoupas, tubarões de profundidade a algumas raridades. Os covos apanharam crustáceos como o Chaceon affinis, tubarões de profundidade, além de alguns bivalves e corais», salientam os investigadores.

«O primeiro dia de amostragem foi laborioso devido ao número de espécimes a processar e à adaptação da equipa à metodologia», acrescentam.

No dia 25, além do palangre de profundidade e dos covos, «lançamos o CTD, o lander e recolhemos amostras de água. O palangre continuou sem nos desiludir no que toca à quantidade de ictiofauna capturada. Cavala e chicharro voltaram a ser as espécies em maior quantidade (quase meia tonelada!)».

No entanto, «o lance parecia ter sido feito em qualquer ilha dos Açores com a presença da garoupa, do congro, do boca-negra, do bagre, da abrótea e de vários tubarões de profundidade. O tubarão leitão apareceu como novidade deste lance, assim como, uma esponja da família Lithistidae».

Os covos quiseram contrariar o palangre, capturando pouca quantidade de crustáceos, «mas com um Cirripedia colorido para alegrar a amostragem».

A campanha prossegue.

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