O homem que, esta segunda-feira, sequestrou três pessoas e feriu a tiro um polícia nas instalações da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Lagos, ficou em prisão preventiva, disse hoje a subcomissária Maria do Céu Viola, oficial de relações públicas do comando da PSP de Faro.
O homem, de 40 anos, esteve a ser ouvido durante a manhã desta quinta-feira em primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Portimão.
António Duarte, pedreiro de profissão, armado com uma caçadeira de canos serrados, uma pistola de calibre 7.65 milímetros e um punhal de mato, barricou-se na passada segunda-feira, pouco passava das 9h00, nas instalações da CPCJ, situadas no Largo da Paz, perto da Escola Secundária Júlio Dantas, em Lagoa.
Aí manteve três pessoas reféns durante cerca de nove horas, acabando por entregar-se às autoridades por volta das 18h00, depois de oito horas de negociações, com «muitos avanços e muitos recuos», «não tendo sido necessária a utilização da força».
De manhã, os primeiros elementos da esquadra da PSP de Lagos que acorreram ao local foram recebidos a tirode caçadeira, num disparo feito através do vidro, ferindo ligeiramente um polícia na cara.
Os reféns, uma psicóloga e um professor, ambos funcionários da CPCJ, e um militar da GNR saíram ilesos. O sequestrador nunca chegou a saber que um dos seus reféns era da GNR, uma vez que ele não estava fardado.
Ao longo do sequestro, o homem exigiu falar com os seus dois filhos menores, um rapaz e uma rapariga, de 14 e 15 anos, que lhe tinham sido retirados, no âmbito de um processo de violência doméstica e que estão inseridos no programa de proteção à vítima.
Além das armas municiadas, quando foi detido pela PSP o sequestrador tinha na sua posse 29 cartuchos de calibre 12 (caçadeira) e 24 munições de 7.65 milímetros.
Fotos: Elisabete Rodrigues/Sul Informação