O município de Faro subiu para a quarta posição da lista de concelhos com maior poder de compra per capita, segundo um estudo disponibilizado ontem, segunda-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística, relativo a 2013.
A capital algarvia subiu uma posição em relação ao último levantamento sobre o Poder de Compra Concelhio, feito há dois anos.
O Indicador per Capita do Poder de Compra (IpC) é encontrado «a partir de um conjunto de 17 variáveis relativizadas pela população residente», que vão desde o rendimento singular (IRS), por habitante, até ao valor dos levantamentos feitos em caixas de multibanco, passando pelos créditos à habitação pedidos (ver tabela de variáveis abaixo).
Faro obteve uma pontuação de 132,3 pontos (a média nacional é considerada 100) e apenas fica atrás de Lisboa, Oeiras e Porto, tendo ultrapassado o município de Sines, que ocupou a quarta posição desta lista, no estudo anterior.
No Algarve, há mais dois municípios com Indicador per Capita do Poder de Compra superior à média nacional, o de Albufeira (104,64) e o de Portimão (101,61). Bem próximos da média, mas já abaixo desta, andam Loulé (98,62) e Vila Real de Santo António (95,01).
No campo oposto, há quatro concelhos algarvios com índices abaixo dos 70. O município cuja população tem menor poder de compra, na região, é o de Monchique (63,37), seguido de perto por Vila do Bispo (63,56).
Alcoutim (67,72) e Aljezur (68,82) também têm valores de IpC inferiores a 70. O município do país com menor poder de compra é Cinfães (56,54), situado no Distrito de Viseu.
Ainda no que diz respeito à região algarvia, ficaram a “meio da tabela” os municípios de Tavira (89,3), Lagos (89), Lagoa (86,53), São Brás de Alportel (85,76), Olhão (81,21), Silves (75,10) e Castro Marim (72,83).
No estudo do INE, o município de Lisboa é o que tem o IpC mais elevado (207,9), mais do dobro da média nacional, ficando à frente de outro município da área metropolitana de Lisboa, o de Oeiras, com 180,7. Em terceiro, aparece o Porto (169,9).
Por regiões NUTS II, apenas a da Área Metropolitana de Lisboa fica acima da média nacional (125,1).
Nesta lista, o Algarve ocupa o segundo lugar (96,4). A região algarvia já saiu há vários anos do Objetivo de Convergência da União Europeia (das regiões mais pobres), devido ao seu rendimento per capita, como também aconteceu com Lisboa.
As três restantes regiões NUTS II do Continente — Norte, Centro e Alentejo — registavam IpC de, respetivamente, 92,0, 89,2 e 89,4. Valores que são, ainda assim, superiores aos das Regiões Autónomas da Madeira (86,01) e Açores (84,o1).
No caso de Faro, a autarquia considerou que estes números «traduzem uma diversificação da economia local, hoje menos dependente dos serviços aqui acolhidos».
«A eclosão de diversos negócios e a abertura de Faro ao Turismo trouxe novas fontes de receitas, mais emprego e outros efeitos multiplicadores, em várias áreas. O esforço é, evidentemente, da população, que parece apostada em investir na mudança de paradigma económico de uma cidade até agora reconhecida apenas pela diversidade de serviços públicos oferecidos. À Câmara cabe prosseguir o rumo que se encontra traçado em termos de simplificação burocrática, ordenamento do território em bases de desenvolvimento sustentável, a par da preservação do património histórico/cultural e do fomento económico», concluiu a Câmara de Faro, numa nota de imprensa.
As 17 variáveis do Estudo de Poder de Compra Concelhio do INE:
– Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) liquidado, segundo o município de residência do contribuinte, per capita
– Rendimento bruto declarado para efeitos de IRS, segundo o município de residência do contribuinte, per capita
– Valor das compras nacionais através de terminais de pagamento automático, segundo a localização do terminal de pagamento automático, per capita
– Valor das operações de pagamentos em caixas automáticos, segundo a localização do caixa automático, per capita
– Valor dos levantamentos nacionais em caixas automáticos, segundo a localização do caixa automático, per capita
– Crédito concedido a clientes para habitação, per capita
– Ganho mensal dos trabalhadores por conta de outrem a tempo completo com remuneração completa, por município do estabelecimento, per capita
– Número de veículos ligeiros de passageiros vendidos, segundo o local de residência dos proprietários, per capita
– População residente em lugares com 5 000 ou mais habitantes em proporção da população residente total, (Censos 2011)
– Imposto Único de Circulação (IUC), segundo o município de residência do proprietário, per capita
– Volume de negócios das empresas da divisão 47 da CAE-Rev.3 (Comércio a retalho, exceto de veículos automóveis e motociclos), com exceção do grupo 473 (Comércio a retalho de combustível para veículos a motor, em estabelecimentos especializados), com atividade, segundo o município do estabelecimento, per capita
– Valor dos levantamentos internacionais em caixas automáticos, segundo a localização do caixa automático, per capita
– Valor das compras internacionais através de terminais de pagamento automático, segundo a localização do terminal de pagamento automático, per capita
– Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), segundo o município de localização do imóvel, per capita
– Valor dos contratos de compra e venda de prédios urbanos, segundo a localização do imóvel, per capita
– Volume de negócios das empresas da divisão 56 da CAE-Rev.3 (Restauração), com atividade, segundo o município do estabelecimento, per capita
– Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), segundo o município de localização do imóvel, per capita