Os ativistas anti-portagens na Via do Infante voltam à Ponte Internacional do Guadiana no dia 8 de Dezembro, às 10 horas, para uma ação de protesto que pretende assinalar os quatro anos desde a introdução de taxas na A22, organizada pela Comissão de Utentes da Via do Infante.
sta ação é anunciada pouco depois de se saber que o Bloco de Esquerda, através do seu deputado eleito pelo Algarve e membro da CUVI João Vasconcelos, voltará a propor no Parlamento a abolição das portagens na Via Longitudinal do Algarve, no início da próxima semana.
A Comissão de Utentes da Via do Infante congratula-se com as mais recentes tomadas de posição na região a favor da abolição das portagens, nomeadamente a moção aprovada no dia 30 de novembro pela Assembleia Municipal de Lagos (apenas com 1 voto contra e 1 abstenção) e a informação hoje divulgada pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda que irá apresentar, no início da próxima semana, um Projeto de Lei na Assembleia da República.
Apesar de admitir que se abriu «um novo ciclo de esperança no Algarve e por todo o país» com a entrada do novo Governo PS, com apoio parlamentar do BE, do PCP, do PEv e do PAN, a comissão de utentes não baixa a guarda. Na iniciativa da próxima terça-feira serão divulgadas «novas iniciativas contra as portagens no Algarve».
Para justificar nova ação e a insistência no pedido de abolição das portagens na Via do Infante, a CUVI deixa alguns números sobre a sinistralidade rodoviária na região.
«Nos últimos 11 meses, entre 1 de janeiro e 21 de novembro de 2015 foram registados no Algarve 8 646 acidentes rodoviários, com 33 vítimas mortais e 153 feridos graves. Foram mais 1 054 acidentes, 8 mortos e 30 feridos graves do que no mesmo período do ano anterior (mais 14 mortos do que em 2013). Faro é dos distritos do país onde ocorrem mais acidentes, grande parte na EN125, cuja requalificação está longe de se encontrar concluída. Entre 22 de novembro de 2014 e 21 de novembro de 2015 registaram-se 37 vítimas mortais e 164 feridos graves na região, mais 10 mortos e 23 feridos graves do que no mesmo período do ano anterior, só suplantado pelos distritos de Lisboa, Porto, Braga e Santarém. O Algarve corre o risco de chegar ao final do ano com cerca de 10 mil acidentes de viação registados, com uma média de 27 acidentes por dia», ilustrou a CUVI.