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AviãoA secretária de Estado do Turismo Ana Mendes Godinho garantiu que o programa de incentivo à captação de novas rotas para os aeroportos portugueses, nomeadamente o de Faro, vai continuar.

O projeto «Iniciative.pt», no âmbito do qual o Estado dá incentivos financeiros a transportadoras para assegurarem linhas a partir de destinos considerados estratégicos para o turismo, deveria acabar no final deste mês, mas o novo Governo PS pretende «dar-lhe continuidade, de modo a garantir que continuamos a ser competitivos ao nível das acessibilidades aéreas».

Esta foi uma das mensagem deixadas pela governante, à margem de uma ronda de reuniões que manteve, esta segunda-feira, com os presidentes da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e da Região de Turismo, no âmbito de uma visita que efetuou ao Algarve, a primeira de várias a diferentes pontos do país.

«Sendo Portugal um destino periférico, a acessibilidade aérea é fundamental, se queremos estar no mapa dos destinos mais procurados. A articulação com o Aeroporto tem de ser permanente, através dos mecanismos de captação de novas rotas, onde temos de continuar o bom trabalho  que já vem sendo feito e aprofundá-lo», disse.

Na sua mais recente versão, este programa teve um orçamento de 15 milhões de euros, para vos seus três anos de vigência, e o objetivo de aumentar o número de passageiros em 1,5 milhões, nos diferentes aeroportos de Portugal.

Apesar de transmitir o desejo de aprofundar este projeto, Ana Mendes Godinho não prometeu um aumento do investimento, nem no que toca ao incentivo a novas rotas aéreas, nem no que toca à região, em geral.

Ana Mendes Godinho: “Queremos tentar encontrar caminhos para mitigar a sazonalidade, em conjunto com entidades públicas e privadas. Realizar um trabalho em rede, que permita diversificar a oferta e encontrar formas de atração de turistas, também nas épocas em que o Algarve, tradicionalmente, é menos procurado”

A secretária de Estado do Turismo assegurou estar consciente da importância do turismo algarvio para a economia nacional, que pretende valorizar, defendendo que a prova dessa atenção, é ter escolhido o Algarve para a sua primeira deslocação oficial. Mas quando questionada sobre se isso poderá traduzir-se num aumento do investimento na região, não se comprometeu. «Traduz-se numa grande vontade de trabalhar em conjunto, para encontrar as melhores soluções», disse, apenas.

O presidente da Região de Turismo do Algarve Desidério Silva, que tem apontado, por diversas vezes, a necessidade de o investimento na região ser mais consentâneo com o forte contributo que o turismo algarvio dá à economia nacional, não entrou “ao ataque” e não faz, para já, pedidos à nova secretária de Estado.

«Não fiz nenhum pedido. Eu acho que, nas conversas que formos tendo, haverá a percepção daquilo que deve ser feito na região e confio completamente nessa abordagem. Aliás, daquilo que menos falámos foi de questões orçamentais. Focámo-nos naquilo que possa ser uma estratégia para a região em que todos assumam a sua responsabilidade», disse.

A vontade de querer  «saber o que se passa, ouvir os problemas e identificar soluções em conjunto», foi aquilo que motivou a visita de Ana Mendes Godinho à região, onde procurou «auscultar as pessoas, estar junto das populações, dos empresários, mas também reunir com todas as entidades públicas regionais que têm competências na área do turismo».

Um desses problemas é a sazonalidade, uma questão que terá estado no centro das conversas mantidas pela secretária de Estado do Turismo com as diferentes entidades públicas algarvias, e, mais tarde, com empresários do setor. Essa, diz, continua a ser a grande preocupação das forças vivas da região, independentemente dos números da atividade turística serem, atualmente, «positivos».

«Queremos tentar encontrar caminhos para mitigar a sazonalidade, em conjunto com entidades públicas e privadas. Realizar um trabalho em rede, que permita diversificar a oferta e encontrar formas de atração de turistas, também nas épocas em que o Algarve, tradicionalmente, é menos procurado», disse.

SE Ana Godinho e Desidério SilvaAlgo que será fundamental, defende Ana Mendes Godinho, é «a articulação entre o setor público e privado, para encontrar soluções transversais, que permitam intervenções estruturadas e globais». Para isso, será necessário trabalhar «um reposicionamento do destino», para que «a vida da população local melhore em todas as épocas do ano, e não apenas na época alta».

Uma visão que é partilhada por Desidério Silva. «A solução para esse grande problema que é a sazonalidade não passa apenas pelo Turismo de Portugal e pelo Governo. Passa também pelas autarquias e por outras entidades públicas e privadas, e por esta necessidade de trabalhar em rede e em parceria», considerou.

O presidente da RTA também colocou a questão das portagens na Via do Infante em cima da mesa. «O que disse à senhora secretária de Estado é aquilo que digo há 3 anos. Não é só o pagamento, mas também a forma como é feito. Tem de haver aqui uma agilização daquilo que é um dos pontos impeditivos da entrada do mercado espanhol no Algarve, para além do bloqueio que representa para os residentes», disse.

Também nesta matéria, há uma abordagem cautelosa da parte de Ana Mendes Godinho, que não deu nenhuma resposta nem à RTA – que «não a pediu» -, nem aos jornalistas, alegando que, «neste momento, é altura para fazer o levantamento dos problemas».

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