O primeiro grupo de 24 refugiados chega hoje a Portugal ao abrigo do processo de recolocação aprovado em Setembro, no Conselho Europeu.
A Plataforma de Apoio aos Refugiados, no âmbito do seu programa PAR Famílias, encaminha duas famílias – num total de sete pessoas, das quais três são crianças – para duas das instituições anfitriãs que fazem parte desta plataforma, uma em Setúbal (Fundação Islâmica de Palmela) e outra em Ferreira do Zêzere (Fundação Maria Dias Ferreira).
Os refugiados que hoje chegam a Portugal incluem gente que fugiu da Síria, Iraque, Eritreia, Sudão e Tunísia. Entre eles há três crianças.
Estes são os primeiros dos 4500 refugiados que Portugal se comprometeu a acolher no âmbito do compromisso assumido pela União Europeia no final de Setembro.
O Programa de Relocalização de Refugiados na União Europeia prevê que sejam acolhidos na UE 160 mil refugiados, que estão agora em centros na Grécia e Itália.
Mas os últimos dados disponibilizados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados dão conta que apenas pouco mais de 200 foram já recebidos noutros países.
Segundo o ACNUR, entre Janeiro e Novembro deste ano, chegaram ilegalmente à UE 1,5 milhões de pessoas, das quais perto de 80% têm condições para pedir asilo e receber o estatuto de refugiados. Mais de metade chegaram à Grécia (742 mil) e Itália (159 mil).
Entre as entidades envolvidas no acolhimento em Portugal figuram a Câmara Municipal de Lisboa, o Conselho Português para os Refugiados, o Alto Comissariado para as Migrações, a Plataforma de Apoio aos Refugiados, a Cruz Vermelha Portuguesa, a União das Misericórdias Portuguesas, o Serviço Jesuíta aos Refugiados e a Fundação Islâmica de Lisboa.
No conjunto da operação participarão 110 municípios, lembrou o o ministro-adjunto Eduardo Cabrita, que, em conjunto com a ministra da Administração Interna Constança Urbano, recebeu o primeiro grupo a chegar esta manhã ao Aeroporto de Lisboa».
O financiamento da operação será coberto por verbas atribuídas por Bruxelas ao Estado português, que as distribui depois pelas entidades que estabeleceram protocolos para o efeito com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, entre elas a União das Misericórdias Portuguesas.
«Depois de tanto tempo de espera e embora ainda longe dos números desejados e da capacidade instalada no nosso país para o acolhimento e integração de refugiados, esta é uma boa notícia que, esperamos, permita que novas recolocações aconteçam a breve trecho», salienta a PAR, em nota de imprensa.