O Governo acredita que será possível manter as quotas de pesca de sardinha, tendo em conta «alguma recuperação» dos stocks desta espécie na costa portuguesa.
A ministra do Mar Ana Paula Vitorino disse hoje em Sesimbra que ainda não houve uma decisão, uma vez que se continua à espera que Espanha revele os dados científicos relativos à quantidade de sardinha no seu mar, mas que «há esperança» de manutenção das quotas, já que os dados recolhidos por Portugal são animadores.
A ministra esteve esta quarta-feira no Porto de Sesimbra, acompanhada pelo diretor-geral europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas João Aguiar Machado.
À margem da visita, revelou que a fixação da quota de pesca, para 2016, só será conhecida «depois de se confrontarem os dados científicos sobre aquilo que se passa nas águas portuguesas e nas espanholas». Atualmente, está em vigor um período de defeso, que durará até Fevereiro.
Ana Paula Vitorino deu a entender que se passará a fazer um acompanhamento científico dos stocks existentes nas águas portuguesas de forma mais cuidada e regular, de modo a que o Governo tenha outros argumentos, na altura de negociar com as entidades competentes, seja o Conselho Internacional para a Exploração dos Mares (ICES), que decide as quotas de sardinha, seja a Comissão Europeia, que decide sobre outras espécies de peixes.
No ano passado, os armadores portugueses foram autorizados a pescar até 13 mil toneladas de sardinha. Desta quota, foi destinada aos pescadores algarvios uma parcela de 700 toneladas, que foi atingida ainda em Agosto, a mesma altura em que foi conhecido um parecer não vinculativo do Conselho Internacional para a Exploração dos Mares (ICES), que apontava para uma redução da quota ibérica em cerca de 90 por cento.
Agora, o cenário não se apresentará tão negro, mas não parece plausível que a exigência das associações de produtores nacionais de aumento da quota em 30 por cento venha a ser atendida.