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Fundacao Manuel Viegas Guerreiro_1Os textos do Romanceiro português e os respetivos registos sonoros, quando conservados, vão passar a estar disponíveis online e em acesso livre na plataforma «Romanceiro.pt».

O projeto, desenvolvido por investigadores do Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC) da Universidade do Algarve, vai ser apresentado no dia 20 de Fevereiro, às 16 horas, na Fundação Manuel Viegas Guerreiro, em Querença, numa sessão, que contará com a presença do ministro da Cultura João Soares.

Nos últimos anos, os investigadores do CIAC Pere Ferré, Mirian Tavares e Sandra Boto trabalharam o acervo da Fundação Manuel Viegas Guerreiro, que compreende 660 horas de gravação em 609 cassetes áudio ali depositadas, e onde estão guardadas «3632 versões inéditas de romances e acolhe 10096 versões de romances publicadas entre 1828 e 2010», segundo a Universidade do Algarve.

A preservação deste património, através do recurso à digitalização, era urgente, «reconhecendo que a sua manutenção nos formatos em que se encontravam (cassetes áudio, para o arquivo sonoro, e em fotocópias em papel, para o arquivo dos textos já publicados) constituía uma séria ameaça à sua preservação».

«A oportunidade para a conversão digital do Arquivo do Romanceiro Português da Tradição Oral Moderna chegou em 2013, através do projeto “O Arquivo do Romanceiro Português da Tradição Oral Moderna (1828-2010): sua preservação e difusão”, que foi financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian no âmbito do programa de Recuperação, Tratamento e Organização de Acervos Documentais (2013), acolhido pela Fundação Manuel Viegas Guerreiro em parceria com o Centro de Investigação em Artes e Comunicação da UAlg, desenvolvendo-se a plataforma digital romanceiro.pt», explicou a UAlg, numa nota de imprensa.

Segundo a universidade, «o Romanceiro é um género poético tradicional que circula desde os finais da Idade Média na memória dos povos de expressão portuguesa, galega, castelhana e catalã, difundindo-se desde então oralmente de geração em geração». «Trata-se, portanto, de um património imaterial de uma vitalidade excecional e de uma riqueza ímpar que importa preservar», considerou.

«Para o caso específico português, poderiam referir-se os contributos das recolhas e publicações de versões de romances realizadas a cargo de nomes como Almeida Garrett, Teófilo Braga, Leite de Vasconcellos, Consiglieri Pedroso, Alves Redol, Michel Giacometti, Maria Aliete Galhoz, Manuel Viegas Guerreiro, entre tantos outros. Este arquivo alimenta-se, justamente, dos trabalhos de recolha e publicação do romanceiro tradicional português que estes e muitos outros interessados na literatura de tradição oral levaram e continuam a levar a cabo no presente», acrescentou a UAlg.

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