A Câmara Municipal de Lagoa aderiu ao programa “DAE – Desfibrilhador Automático Externo” para uso nas suas instalações, formando 47 funcionários que disporão de quatro unidades DAE nos seus edifícios, para uso em todas as pessoas em caso de necessidade.
Aquele programa consiste na instalação de DAE em espaços acessíveis ao público e na formação de pessoas que frequentem esses espaços com suporte básico de vida (SBV) e desfibrilhação (DAE).
O Desfibrilhador Automático Externo serve para aplicar uma descarga elétrica através do tórax, de forma a cessar uma fibrilhação ventricular, um dos motivos de paragem cardiorrespiratória (PCR) e morte súbita.
O choque elétrico, aplicado através de duas placas colocadas sobre o peito, faz com que a contração das células do coração volte a ser coordenada.
No caso do concelho de Lagoa, vão beneficiar da utilização de DAE os utentes da Piscina e Pavilhão Municipais, Estádio da Bela Vista, Campo Desportivo de Estômbar e Parque de Feiras, no âmbito daquele programa, cujo licenciamento é realizado pelo INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica.
Mas a Câmara lagoense pretende alargar em breve a rede de DAE, para poder «socorrer em tempo útil todos quantos necessitem da utilização de um aparelho desfibrilhador, indicado para vítimas de doença cardiovascular que, segundo as estatísticas, assume a liderança destacada na mortalidade das populações do mundo ocidental».
Em Portugal, as doenças cardiovasculares constituem um dos problemas de saúde mais graves para a população. A maioria das mortes evitáveis associa-se à doença coronária e ocorre fora dos hospitais, permitindo a evidência empírica afirmar que, em metade dos casos de paragem cardiorrespiratória (PCR), as vítimas não chegam com vida aos hospitais, sendo muitas vezes a morte súbita a primeira manifestação dessa doença. Em Portugal ocorrem cerca de 10.000 casos todos os anos.
A taxa de sobrevivência de uma vítima de paragem cardiorrespiratória situa-se atualmente em valores inferiores a 5%.
Contudo, a desfibrilhação precoce e o início de manobras de suporte básico de vida (SBV) podem aumentar significativamente a taxa de sobrevivência para valores superiores a 60%.
Numa situação de paragem cardiorrespiratória, a probabilidade de sobrevivência diminui 10% por cada minuto que passa sem início de desfibrilhação e manobras de SBV e passados mais de 10 minutos a probabilidade de sobrevivência é quase nula.
«A sobrevivência de uma vítima de paragem cardiorrespiratória poderá depender exclusivamente da existência de um Desfibrilhador Automático Externo (DAE) nas imediações e da presença de pessoas com conhecimento de SBV e desfibrilhação, uma vez que é pouco provável que o socorro diferenciado (INEM, Bombeiros) consiga chegar ao local em tempo útil», salienta a Câmara de Lagoa.