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Tubos metálicos

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) acaba de mandar suspender as perfurações em curso num terreno no sítio do Perdigão, em Aljezur, mandadas fazer pela empresa Domus Verde – Empreendimentos Imobiliários SA, uma sociedade anónima alegadamente ligada ao empresário Sousa Cintra, a cuja empresa Portfuel foram atribuídos os dois blocos on shore de prospeção de hidrocarbonetos no Algarve.

Segundo o que o Sul Informação apurou, a decisão foi tomada após uma visita de Sebastião Teixeira, responsável pela APA/ARH Algarve, ao terreno, esta manhã, acompanhado pelo presidente da Câmara de Aljezur. Na sequência dessa visita, durante a tarde, tal como o nosso jornal noticiou em primeira mão, houve uma reunião no quartel da GNR aljezurense, com representantes da IGAMAOT – Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, da APA e do SEPNA.

Daí saiu a decisão de suspender os trabalhos de abertura de um segundo furo, com a profundidade máxima de 500 metros, uma vez que se constatou no local que, do furo anterior, de 300 metros, já tinha resultado água abundante.

Sebastião Teixeira confirmou ao nosso jornal que «mandámos suspender os trabalhos porque verificámos no local que a água produzida já era suficiente para as culturas hortícolas» ali previstas. O geólogo responsável pela APA/ARH Algarve acrescentou que será agora feito um «ensaio de caudal, que é um teste à produtividade do furo», mas as estimativas feitas indicam que há água abundante.

Por seu lado, o presidente da Câmara José Amarelinho comentou: «se o argumento da empresa promotora das perfurações é que estão à procura de água para uma hipotética exploração agrícola, o seu objetivo já foi alcançado e por isso escusam de perfurar mais».

O autarca, que tem sido das vozes mais ativas na contestação à pesquisa de hidrocarbonetos em terra (on shore), apesar de não ter sido convidado para participar na reunião desta tarde entre as entidades, pensa que o facto de, na visita feita ao terreno pela manhã, «termos lá encontrado o geólogo da Portfuel, que está a está a acompanhar os trabalhos da abertura dos furos pela Domus Verde» terá pesado na decisão da APA.

«Ficou claro que o que está ali a decorrer não é uma simples abertura de um furo para encontrar água para uma exploração agrícola, como a empresa quer fazer crer. A finalidade é outra bem diferente, tanto mais que se sabe que, para abrir um furo para exploração de petróleo é preciso muita água», garantiu José Amarelinho.

Quanto ao destino da água que está a ser extraída pela Domus Verde, Sebastião Teixeira, diretor da APA/ARH Algarve, diz não poder pronunciar-se. «Licenciamos centenas de furos no Algarve, para fins agrícolas, tal como este nos foi apresentado. Mas não é normal exigirmos, à cabeça, um projeto agrícola para licenciarmos o furo», acrescentou.

Questionado pelo Sul Informação, Sebastião Teixeira garantiu ainda que, da empresa Domus Verde – Empreendimentos Imobiliários SA, «não está licenciado, nem deu entrada» qualquer outro pedido de abertura de furos.

Estas perfurações que têm estado a ser feitas desde Dezembro no Perdigão (Aljezur) foram alvo de queixas à IGAMAOT por parte da Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) e da associação ASMAA – Algarve Surf & Marine Activities Association, bem como foram denunciadas por grupos de facebook como “Não ao Fracking – Preservar Aljezur” ou “Fracking Vila do Bispo? Não!”.

 

Atualizado às 19h43, acrescentando as declarações de Sebastião Teixeira, diretor da APA/ARH Algarve, ao Sul Informação.

 

 

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