Please ensure Javascript is enabled for purposes of website accessibility

Vitor Guerreiro«Se for necessário, ponho-me à frente das máquinas para impedir a exploração de petróleo» no Algarve, anunciou Vítor Guerreiro, presidente da Câmara de São Brás de Alportel, durante a sessão de esclarecimento sobre a exploração de hidrocarbonetos na região algarvia, organizada no sábado à tarde pela Associação Al-Portel em parceria com a Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP), no Museu do Trajo, naquela vila.

Esta foi mesma a maior novidade da sessão, que contou com mais de uma centena de pessoas, algumas delas de pé, que quiseram ter acesso a mais informação acerca deste processo, que tem mantido a população à margem.

«Com os 900 milhões de euros que o senhor da Partex diz que já investiu na pesquisa de petróleo em Portugal, sem se saber quando e se esse investimento dará rendimento, isso dava para investir em energias renováveis e com rentabilidade imediata», garantiu o autarca socialista.

Raquel Ponte, da PALP, disse que a preocupação das associações e entidades que integram a Plataforma não é apenas com a pesquisa e exploração em terra (on shore), nos dois grandes blocos denominados «Aljezur» e «Tavira», que ocupam mais de metade do território algarvio, mas também com a exploração no mar (off shore), que deverá arrancar em Outubro próximo. «Há também várias concessões no mar e nós também somos contra elas, é uma questão que também nos causa preocupação», disse.

Sessão PALP em São Brás_04
Foto: Associação Al-Portel

A ativista referiu-se ainda ao argumento, defendido pelo ex-ministro do Ambiente Jorge Moreira da Silva, na recente audição parlamentar sobre o tema, de que a prospeção que irá ser feita em terra e já avançou no mar «permite ao país ficar a conhecer a riqueza dos nossos recursos minerais».

«O problema que o senhor ex-ministro se esqueceu de referir é que nos contratos há cláusulas de confidencialidade, que garantem que as concessionárias não têm de revelar ao público o que descobrem. Há muita coisa que pode estar a ser descoberta e que pode não vir a ser partilhada, não pode ser usada, porque estes senhores são donos da informação», explicou Raquel Ponte.

Manuel Vieira, também membro da PALP, acrescentou que o que a Plataforma pretende «não é só rasgar os contratos. Tem que haver medidas para a sustentabilidade, com a criação de ciclovias, postos de abastecimento de carros elétricos, entre outras».

Marlene Guerreiro, vereadora da Câmara de São Brás, garantiu que, neste concelho, «estejam certos que os autarcas estão atentos e empenhados nesta luta».

«No final, era maioritário, se não mesmo consensual, o sentimento de oposição a uma atividade que não apenas acarreta riscos tremendos para geração de proveitos diminutos, como contraria a evolução em curso, no que ao paradigma energético diz respeito», salientou a Al-Portel na sua página de Facebook. Um consenso que foi evidente, para mais depois da saída intempestiva, mal tinham passado 5 minutos do início da sessão, de um britânico, que se disse «antigo trabalhador da indústria do petróleo» e considerou o que estava a ser dito como «parvoíces».

 

sulinformacao

Também poderá gostar

Sul Informação

Ativistas querem que “Mar sem Lixo” seja também sem exploração de petróleo

Se há um projeto da Docapesca, patrocinado pelo Governo, por um “Mar sem lixo”,

Sul Informação

Pesquisa de petróleo passa a estar sujeita a consulta prévia aos municípios

O Presidente da República promulgou ontem o diploma que torna obrigatória a consulta prévia

Sul Informação

Jovens franceses ficaram a saber como é ser um jovem são-brasense

Um grupo de 20 jovens franceses, residentes no município de Roche La Molière, região