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Nova Placa Faro Chaves EN2Há 71 anos que é possível partir de Faro e chegar a Chaves, depois de se fazer mais 739 quilómetros, ultrapassar quatro serras, atravessar 11 rios e cruzar o território de 29 municípios, com paisagens e pontos de interesse bem distintos,  utilizando apenas uma estrada: a EN2. Ao contrário, também funciona.

Hoje em dia, a estrada já não tem a importância económica do passado, já que há alternativas que permitem ir da capital do Algarve até à cidade transmontana de forma muito mais célere e direta. Mas, no futuro, pretende-se que esta estrada ganhe um renovado relevo para a economia do país, desta feita como atração turística.

Faro acolheu na sexta-feira a cerimónia de celebração dos 71 anos da classificação desta estrada como Nacional 2. A iniciativa juntou os presidentes dos municípios algarvios atravessados por esta via – Faro, São Brás de Alportel e Loulé -, mas também contou com a presença do edil de Chaves, a localidade que está na ponta oposta a Faro nesta estrada.

Rota EN2 assinalada em FaroAlém de um ato simbólico, em que foram descerradas placas que chamam a atenção para a dimensão da EN2, lembrando que Chaves fica a mais de 739 quilómetros de Faro (fazendo conta ao local de onde partia originalmente, a Avenida da República farense), esta sessão serviu para lançar uma rota turística que irá envolver todos os concelhos atravessados por esta ligação rodoviária.

Este processo está a ser conduzido pelo município de Santa Marta de Penaguião e irá passar pela criação de uma associação de municípios, que irão trabalhar em conjunto em roteiros e na divulgação deste património comum.

Apesar de esse ser um trabalho em curso, tanto do lado de Faro, como de Chaves, chegam sinais de entusiasmo da parte dos presidentes de Câmara, que até têm muito de pessoal.

Rogério Bacalhau, cujo gosto por motos é bem conhecido, aproveitou a presença do presidente do Motoclube de Faro José Amaro na cerimónia para o desafiar a fazer um passeio de motociclos Faro – Chaves «em Setembro». «Se as minhas atribuições como presidente de Câmara não me impedirem, gostaria muito de ir», confessou o edil farense.

No caso do seu congénere flaviense António Cabeleira, o sinal foi dado por antecipação. «Eu devo ter sido das poucas pessoas que fiz esta estrada completa [desde que há alternativas]. Há uns anos, decidi mostrar aos meus filhos a riqueza e diversidade de Portugal. Comecei a viagem em Faro e fui até Chaves, sempre pela EN2. Demorei três dias, mas fui sempre parando e desfrutando», contou.

Estes são, à partida, exemplos do potencial turístico desta estrada emblemática, que Rogério Bacalhau comparou «à Route 66 dos Estados Unidos, à nossa escala». «Esta é uma estrada com caraterísticas únicas em Portugal. Atravessa todo o país, pelo centro, e toca as várias microculturas que existem em Portugal», ilustrou.

Faro e Chaves propõem-se, ainda, a criar cada qual um polo museológico com características semelhantes, onde será dada a conhecer a história da EN2, remetendo para a ponta oposta desta estrada.

Também São Brás de Alportel vai apostar neste vertente museológica e já adquiriu uma antiga casa de cantoneiros, no cruzamento da EN270 com a EN2, onde vai instalar um centro interpretativo.

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