Invenções em áreas como a impressão 3D, robótica, eletrónica, fabricação digital, arte, ciência e tecnologia vão ser dadas a conhecer no evento «Algarve Maker Show», que a Zona Ribeirinha de Portimão acolhe amanhã, sábado.
O certame pode ser visitado entre 14h00 e as 19h00 de amanhã, na zona junto ao coreto. Os makers algarvios presentes vão expor os seus projetos e partilhar com os visitantes o seu processo de criação.
«Alguns dos projetos que estarão em exibição foram já premiados em concursos internacionais e nas duas edições anteriores da Lisbon Maker Faire, que se realizará novamente este ano dias 25 e 26 de Junho, no Pavilhão do Conhecimento em Lisboa», segundo a Câmara de Portimão, que organiza a iniciativa em parceria com o eLab Hackerspace.
O Algarve Maker Show é um dos mais de 450 eventos que se realizam em cidades de 28 países europeus no âmbito da European Maker Week, uma iniciativa da Comissão Europeia e do Startup Europe, que visa divulgar este movimento entre a população, «numa celebração de makers (“fazedores”) e de inovação em toda a Europa».
Para atingir este objetivo, além da exposição de trabalhos, a Câmara de Portimão vai promover uma tertúlia acerca do tema, que terá lugar entre as 16h30 e as 18h00 na Casa Manuel Teixeira Gomes. Nela, participarão Mário Saleiro e Fernando Cánovas, galardoados na última edição da Lisbon Maker Faire com a distinção «Maker of Merit».
Mário Saleiro irá abordar o tema «O movimento maker no mundo, em Portugal e no Algarve» e falar sobre a origem do movimento, quem são estes “fazedores”, o que fazem e porquê. Também fará uma análise desta tendência no mundo, em Portugal e no Algarve, «uma região com características únicas, onde esta comunidade cresce de dia para dia».
O investigador portimonense é doutorado em Engenharia Informática pela Universidade do Algarve e é um dos fundadores e atuais diretores do eLab Hackerspace, um laboratório comunitário de prototipagem, fabricação digital e partilha de conhecimento, sediado no Campus Empresarial de Gambelas. Também é um dos curadores da Lisbon Maker Faire e autor do blog The BiT Bang Theory .
O veterinário Fernando Cánovas não é português, nem sequer se formou em Portugal, mas escolheu o Algarve, mais precisamente o Centro de Ciências do Mar, para exercer a sua atividade profissional.
Na tertúlia, irá «falar acerca do seu percurso como maker na tentativa de criar um laboratório apenas composto por equipamento “Open Hardware” e software “Open Source” e que levou um veterinário a mexer em eletrónica e impressão 3D, desmistificando a ideia de que para se ser um “fazedor” é necessário ter formação em áreas tecnológicas como a eletrónica, informática ou mecânica».
O movimento maker está atualmente em expansão pelo mundo inteiro e é muitas vezes apelidado de “A Nova Revolução Industrial”, pois consiste na passagem da capacidade de criação, inovação e produção das grandes empresas para a população em geral.
«Os makers são indivíduos que tiram partido da sua criatividade, do seu conhecimento técnico e das novas tecnologias de fabricação digital (impressão 3D, maquinação CNC, outras) para inovar, criando soluções inovadoras que têm vindo a mudar o mundo tal como o conhecemos. Para além de todo este processo de criação e inovação, possuem ainda outra característica muito importante: a vontade e disponibilidade de partilhar conhecimentos, processos e até ferramentas para criação de comunidades», resumiu a Câmara de Portimão.
Desta dinâmica criativa, já nasceram muitas empresas por todo o mundo, nomeadamente no Algarve.