Os ativistas anti-portagens voltam a sair à rua em protesto no domingo e na segunda-feira. A Comissão de Utentes da Via do Infante agendou iniciativas para alguns pontos críticos da EN125 em Lagoa, Pêra, Fonte de Boliqueime e Patã, para assinalar a falta de condições de segurança nesta via e recentes mortes nesta estrada.
Para domingo, foi agendada uma concentração em Lagoa, junto às obras da EN125, às 17h30. Na segunda-feira, a CUVI vai começar por colocar um memorial junto ao cruzamento de Pera/Algoz, às 11h00, para assinalar as vítimas que faleceram neste local.
Às 17h30 será feita uma outra concentração de protesto no centro de Fonte de Boliqueime, junto à rotunda em obras, com deslocação até à Patã, «onde há poucos dias se verificou mais uma vítima mortal», segundo a CUVI. Durante o Verão, serão levadas a cabo outras inicitivas, «algumas de surpresa».
A comissão de utentes salienta que, «de acordo com os últimos dados vindos a público disparou o número de acidentes no Algarve desde o início do ano. Entre 1 de Janeiro e 31 de Maio tiveram lugar 3 608 acidentes nas estradas algarvias – grande parte na EN 125 – originando 9 mortos e 56 feridos graves. Também se revela verdadeiramente preocupante o facto das obras de requalificação nesta via apresentarem “erros grosseiros”, o que tem gerado uma onda de indignação».
Esta é uma «tragédia» que a CUVI atribui à introdução de portagens na Via do Infante, há quatro anos. «Além de terem agravado a crise económica e social, as portagens têm provocado muito sofrimento ao Algarve e às suas populações, com destaque para a ocorrência de muitos acidentes de viação, em particular na EN 125. São cerca de 10 mil acidentes anuais (média de 25 acidentes por dia), com uma média de 35 vítimas mortais e 160 feridos graves. As caóticas e intermináveis obras de requalificação na EN 125 têm potenciado os acidentes rodoviários», alega a comissão.
Para os ativistas anti-portagens, «o Algarve perdeu uma grande oportunidade no passado dia 6 de Maio quando foram chumbadas, na Assembleia da República, várias propostas para a abolição das portagens na Via do Infante». E lembram que «António Costa ainda não cumpriu a sua palavra, ao ter reconhecido antes das eleições legislativas que a EN 125 era um “cemitério” e admitido levantar as portagens na Via do Infante».