Please ensure Javascript is enabled for purposes of website accessibility

Entrega de Providencia cautealr AMAL petróleo em LouléOs 16 municípios algarvios deram entrada com Providências Cautelares contra a prospeção e exploração de hidrocarbonetos, onshore e offshore, no Algarve, cujo objetivo último é ver decretada a nulidade dos contratos.

Com esta medidas, os municípios da região esperam, desde logo, suspender os processos em curso e estão confiantes que os seus argumentos vão vingar nesta primeira fase e na ação principal que se seguirá.

Esta quinta-feira, juntaram-se frente ao Tribunal Administrativo de Loulé muitos dos presidentes de Câmara da região, que fizeram questão de marcar presença, de forma simbólica, na entrega do processo. A acompanhá-los estiveram o presidente da RTA Desidério Silva, representantes de associações empresariais, nomeadamente o presidente do NERA Vítor Neto, e membros de movimentos civis anti-exploração de petróleo.

No final, o porta-voz foi o presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve Jorge Botelho, que assegurou que os autarcas pretendem levar até ao fim esta ação.

«As Providências Cautelares destinam-se a suspender atos materiais de prospeção de petróleo e gás natural. A utilidade final é a nulidade dos contratos, que é aquilo que nós queremos», disse o presidente da Câmara de Tavira.

«A Portfuel já anunciou que vai começar a fazer furos e nós queremos suspender isso, para que não haja furos nenhuns. A Galp/Eni tem uma iniciativa em relação à qual está a decorrer uma consulta pública e nós queremos que esses atos sejam suspensos, no âmbito das Providências Cautelares que foram entrepostas», acrescentou.

O Repsol/Partex, outros dos consórcios que ganhou direitos de prospeção e eventual exploração de hidrocarbonetos offshore, não foi incluído nas providências hoje apresentadas «porque não tem qualquer ato previsto, tendo adiado aquele que estava previsto».

À porta do Tribunal Administrativo de LouléNo fundo, trata-se de matar à nascença as intenções das diferentes empresas que assinaram contratos de prospeção e exploração de hidrocarbonetos com o Estado. «Estão anunciadas conjunto de intenções de avançar para prospeção tanto offshore [mar], como onshore [terra] e nós achámos que era a altura de apresentar um conjunto de Providências Cautelares para suspender esses atos», acrescentou Jorge Botelho.

Para isso, são apresentados argumentos diversos, a maioria deles ambientais e relacionados com a não observância de diretivas europeias que «têm de ser transpostas» para o Direito nacional, mas também argumentos de natureza administrativa.

Um deles é o facto de a empresa Portfuel, do empresário algarvio Sousa Cintra, a quem foram cedidas duas concessões de prospeção e exploração de petróleo onshore, não ter ainda 3 anos de atividade, uma exigência da lei para a celebração destes tipos de contratos. Embora não tenha avançado quais os argumentos específicos apresentados na Providência Cautelar, João Vidal, um dos representantes legais da AMAL neste processo, admitiu que esta é uma das alegações que são feitas pelos municípios, para tentar anular o contrato que foi celebrado, «entre muitas outras».

O advogado da associação de municípios acrescentou que espera uma resposta célere do tribunal, «como decorre da lei, no caso das Providências Cautelares».

O anúncio feito pelo Governo, numa audição Parlamentar, de que o parecer que foi pedido ao Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República reconheceu poder discricionário ao anterior Governo para celebrar todos os contratos que assinou, não desanima os edis algarvios.

«Temos de distinguir as coisas. O parecer ainda não foi publicado, para conhecermos a fundo qual foi a argumentação. O que saiu cá para fora revela um ato discricionário da administração. Mas essas decisões do Governo podem, eventualmente, não ser legais. O que nós queremos discutir é o teor dos contratos», assegurou Jorge Botelho.

João Vidal, por seu lado, salienta que «o Conselho Consultivo da Procuradoria não é um tribunal», organismo que tem «sempre a última palavra na avaliação do cumprimento das leis». «A discricionaridade é uma figura complexa, porque não significa que quem tem esse direito possa fazer o que lhe apetece. Há limites impostos pelas leis portuguesas e europeias», disse.

sulinformacao

Também poderá gostar

Sul Informação

Aljezur quis saber mais sobre o surf e encontrou uma “mina de ouro”

Os surfistas descobriram as praias de Aljezur, invadiram pacificamente o concelho, mas pouco se

Sul Informação

Amarelinho vai até «às últimas instâncias» para provar que não cometeu crime no caso de Vale da Telha

José Amarelinho, presidente da Câmara de Aljezur, recorreu do acórdão do Tribunal da Relação

Sul Informação

Empresas algarvias desafiadas a encontrar inovação em si mesmas

Cerca de 260 empresas algarvias, de todos os concelhos da região, foram desafiadas a