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Fogo nos 7 Vales Suspensos_Marinha a Benagil_01O homem suspeito de, só na noite de quinta para sexta-feira da semana passada, ter ateado 16 fogos numa zona da costa do concelho de Lagoa, entre as praias da Marinha e de Benagil, continua a ser procurado pelas autoridades.

O fogo principal provocou a destruição do primeiro vale do percurso pedestre dos Sete Vales Suspensos, onde, numa área de cerca de dois hectares, toda a vegetação ficou reduzida a cinzas, tendo ainda queimado as estruturas de proteção dos algares, os buracos naturais escavados pela água no frágil calcário desta zona costeira.

Uma casa situada junto ao vale quase foi atingida pelas chamas, mas a pronta intervenção da Corporação dos Bombeiros de Lagoa evitou o pior.

O mesmo suspeito, um homem de 40 anos, com antecedentes criminais e perturbações mentais, tentou também pegar fogo ao vizinho pinhal de Benagil, tendo ateado, só nessa noite, 16 focos de incêndio, que, como foram detetados pelos bombeiros que combatiam o fogo no vale, foram de imediato apagados.

Estes focos de incêndio estiveram muito próximo da casa onde Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, estava a passar férias com a família.

Mas, segundo revelou ao Sul Informação o comandante dos Bombeiros de Lagoa, o incendiário não ficou por aqui. «No dia seguinte, ateou mais dois fogos, mais ou menos na mesma zona, e, no dia a seguir, ainda houve outro».

O comandante Rio Alves considerou que só devido à pronta intervenção dos bombeiros é que os incêndios não tomaram maiores proporções, mas confessa que os seus homens «já estão a ficar fartos deste jogo do gato e do rato». Lamentou ainda os danos provocados nas viaturas dos bombeiros, já que a zona em causa, à beira da falésia, não tem acessos para veículos automóveis.

 

Fogo nos 7 Vales Suspensos_Marinha a Benagil_13

No vale logo a seguir à praia da Marinha, onde começa o percurso pedestre litoral dos «Sete Vales Suspensos», a vegetação – aroeiras, zimbros, pinheiros-mansos, palmeiras-anãs, entre outras espécies – está reduzida a cinzas e vai levar anos a recuperar.

Também queimadas ficaram as estruturas de proteção aos dois algares aí situados, que estão agora, e provisoriamente, delimitados com fitas plásticas dos serviços de Proteção Civil da Câmara de Lagoa.

Mas, tendo em conta que a zona é percorrida, todos os dias, por centenas de pessoas a pé, a vereadora do Ambiente da Câmara de Lagoa disse que «a prioridade agora é recolocar as proteções de madeira, bem como a sinalética, de modo a diminuir o perigo para quem faz aquele percurso».

«As pessoas, mesmo com as proteções de madeira, gostam de se empoleirar na beira dos algares, quanto mais agora que não há proteção, só as fitas plásticas. Aquilo está muito perigoso e vamos já intervir no local», garantiu a vereadora Anabela Simão.

Quanto à vegetação, a autarca disse que também está a ser pensado «um plano de replantação, talvez com a ajuda dos escuteiros, mas isso só poderá avançar depois das chuvas».

O presumível incendiário, que reside na zona, foi avistado por testemunhas na primeira noite. Desde aí, nunca mais foi visto, mas pensa-se que esteja na zona, escondido. Tanto a Polícia Judiciária, como a GNR continuam à sua procura.

 

Fotos: Elisabete Rodrigues|Sul Informação

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