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Arade 2012O estuário e a embocadura do Rio Arade voltam a acolher uma campanha de arqueologia subaquática a partir de domingo e até 11 de Setembro.

Quatro anos depois, os investigadores vão retomar um projeto iniciado em 2012 e começarão por reavaliar os arqueossítios já identificados, de modo a planear o trabalho de campo que será necessário.

Segundo a Câmara de Portimão, com esta nova investida, pretende-se «ganhar um novo fôlego na recuperação da investigação arqueológica no estuário do rio Arade e na divulgação do seu património cultural subaquático, com a identificação, caracterização e valorização do seu potencial científico, pedagógico e turístico».

Nestas duas semanas de trabalhos, os investigadores vão fazer prospeção visual, registo e levantamento nos sítios arqueológicos Ponta do Altar A e B, GEO 5 e Arade B, «que correspondem a contextos de naufrágio e fundeadouro, cuja cronologia abrange desde o período romano até à época contemporânea». Ou seja, vão verificar se os sítios arqueológicos já identificados no fundo do Arade estão de boa saúde e nos mesmos locais, ao fim de anos sem monitorização.

A campanha está integrada no projeto de investigação «Entre o Mediterrâneo e o Atlântico: uma aproximação ao património cultural subaquático do estuário do rio Arade», coordenado pelos arqueólogos Cristóvão Fonseca e José Bettencourt e promovido pelo Centro de História d’Aquém e d’Além-Mar (CHAM), unidade de investigação interuniversitária da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. A base de apoio logístico dos cientistas é o Museu de Portimão, o principal parceiro local do projeto, cujos mergulhadores também participam nos trabalhos subaquáticos.

Arade Anfora 2«A área de intervenção corresponde a um espaço privilegiado de ligação entre o Mediterrâneo e o Atlântico, que apresentou desde sempre características propícias para a navegação. A foz do rio Arade é um porto de abrigo natural, que serve os vários núcleos urbanos, nomeadamente Portimão, e é uma importante via de navegação, comunicação e penetração no interior do Barlavento Algarvio. Esta realidade encontra-se amplamente documentada pelas fontes escritas e por diversos vestígios arqueológicos identificados nas últimas décadas», segundo a Câmara de Portimão.

Desde que foi identificado este potencial arqueológico, na década de 70 do século XX, foram já realizadas diferentes intervenções, que permitiram recuperar peças, algumas das quais podem ser vistas, hoje em dia, no Museu de Portimão.

O projeto conta não só com o apoio do Museu de Portimão e da Câmara Municipal, mas também de diversas entidades nacionais e regionais, entre elas a Junta de Freguesia de Portimão, o Clube Naval de Portimão, a Associação Arqueológica do Algarve, o Grupo de Amigos do Museu de Portimão, a empresa Archeosfera, o Clube Subaquático de Mergulho Portisub, a Capitania do Porto de Portimão, a Direção-Geral do Património Cultural e o Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática.

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