«Está na altura de começarmos a pensar na Fórmula 1 automóvel» no Autódromo Internacional do Algarve, disse a presidente da Câmara de Portimão ao primeiro ministro António Costa, ontem, ao final da tarde, na inauguração do hotel de cinco estrelas que o Grupo Pestana abriu este Verão junto àquele circuito.
Em jeito de desafio, Isilda Gomes admitiu que conseguir trazer a mais importante prova automobilística para a pista algarvia é um «sonho» e não é «uma corrida de 100 metros, mas uma corrida de fundo». «A aposta vale a pena», garantiu a autarca de Portimão.
Em resposta, no seu discurso, o primeiro ministro António Costa falou na necessidade de «assumir novos desafios» e, voltando-se para Isilda Gomes, disse: «aquele que aqui nos propôs é bastante aliciante, bastante empolgante, vale a pena prosseguir o trabalho». Na assistência, o ministro da Economia e a secretária de Estado do Turismo ouviram e sorriram.
Falar de Fórmula 1 na inauguração do primeiro hotel de 5 estrelas a abrir no concelho de Portimão em 48 anos tem, neste caso, tudo a ver. É que o Pestana Algarve Race Hotel & Resort situa-se no complexo do Autódromo Internacional do Algarve, com vista privilegiada para a pista.
Este hotel, que representou um investimento de 10 milhões de euros, foi apresentado por José Theotónio, CEO do Grupo Pestana, como «uma arma muito poderosa para combater a sazonalidade». «O sucesso do hotel vai depender da capacidade de atração de todo este complexo do Autódromo», acrescentou.
E desse sucesso dependem também os planos de futuro do Grupo Pestana para a nova unidade hoteleira, já que, segundo José Theotónio, se prevê passar dos atuais 75 quartos do hotel para 190 e dos 96 apartamentos para 160, criando mais emprego e mais riqueza.
No seu discurso, o primeiro ministro António Costa tinha sublinhado o carácter «simbólico» da inauguração deste hotel no Algarve, no Dia Mundial do Turismo. É que, salientou o chefe do Governo, «através do Grupo Pestana, estamos a homenagear todos os operadores turísticos que deram o seu contributo indispensável para que este fosse um grande ano turístico». E o Algarve, sublinhou António Costa, até «cresceu acima da média nacional».
Mas a região algarvia, acrescentou o primeiro ministro, «não pode ser só turismo de Verão, deve ter ambição para 365 dias». Para isso, recordou António Costa, dentro de dias será lançado o «Programa Algarve 365 dias», que se destina a «apoiar as atividades de índole cultural que dinamizem a atividade do Algarve para além do período de Verão».
Mas a região «não pode viver só de turismo», tem também de apostar «na economia do mar e na aquacultura», e mesmo no turismo há setores que ainda podem crescer, como «o turismo desportivo e o de congressos».
«Este é um hotel que, ao contrário do que é normal, não tem o mar ao pé», frisou o chefe de Governo. «É por isso que este hotel é também simbólico», ao ser promovido por «um grupo nacional que foi capaz de crescer e de se internacionalizar, numa região que cresceu mais do que a média nacional, e numa localização que demonstra que o Algarve é mais do que as praias, que todos conhecemos e adoramos», concluiu o primeiro ministro.
No fim da cerimónia de inauguração, que contou com a presença do ministro da Economia, da secretária de Estado do Turismo, dos presidentes da Região de Turismo do Algarve e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, bem como de outros responsáveis pelos organismos desconcentrados do Estado na região e de muitos autarcas de todo o Algarve, seguiu-se uma visita ao novo hotel de cinco estrelas.
O guia e anfitrião desta visita foi Dionísio Pestana, o fundador e principal acionista do grupo hoteleiro que nasceu na Madeira e que, como brincou o seu CEO José Theotónio, «teve no Algarve a sua primeira internacionalização».
Atualmente, recordou esse responsável, o Grupo Pestana é responsável por 1100 postos de trabalho na região, «metade dos quais em Portimão». E o grupo até tem já em carteira um novo projeto para o concelho de Portimão.
Fotos: Elisabete Rodrigues|Sul Informação