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Rosetta_impact_node_full_image_2A sonda Roseta, da Agência Espacial Europeia (ESA), finalizou esta sexta-feira, dia 30 de Setembro, a sua missão de exploração do cometa 67P/Churyumov Gerasimenko. Depois de o ter explorado durante mais de dois anos, a sonda juntou-se ao cometa, na sua superfície, e segue agora com ele, silenciosa, na sua viagem cósmica.

Mas antes de se desligar, antes do silêncio preparado, ao descer lenta e controladamente até à superfície do cometa a 3,24 quilómetros por hora, a sonda Roseta fez fotografias de muito alta resolução e recolheu dados completamente novos para a ciência sobre a composição dos gases e poeiras junto da superfície.

Mas porquê colocar um fim à missão da Roseta? A ESA tomou esta decisão porque a sonda não foi preparada para suportar as temperaturas muito mais negativas que se verificam à medida que o cometa se afasta do Sol, a uma velocidade de cerca de 40 mil quilómetros por hora.

Além de que, ao receber progressivamente uma menor radiação solar nos seus painéis solares, a sonda deixaria de ter a necessária energia elétrica para poder funcionar.

A sonda, com 2,8 metros de altura, 2900 quilos e dois painéis solares de 14 metros de comprimento, foi lançada da Terra a 2 de Março de 2004, transportando consigo o robô File (Philae). Nos dez anos seguintes, peregrinou pelos planetas interiores do Sistema Solar, seguindo a trajetória calculada que a iria levar até ao cometa 67P/Churyumov Gerasimenko.

A 8 de Junho de 2011, a Roseta entrou num período de hibernação que durou mais de dois anos e meio. Esta viagem adormecida foi necessária, uma vez que a sonda se encontrava demasiado longe do Sol para poder captar a energia suficiente para se manter funcional.

Mas a 19 de Janeiro de 2014, o relógio interno da Roseta acordou-a e a sonda enviou informações para o centro de controlo da ESA, indicando que “estava bem” e pronta para a aproximação final ao cometa.

O encontro ocorreu a 6 de Agosto de 2014 e a sonda ficou sob influência da gravidade do 67P/Churyumov Gerasimenko.

A cerca de 540 milhões de quilómetros do Sol, algures entre Júpiter e Marte, a sonda enviou então as primeiras e fantásticas imagens do seu hospedeiro.

Após alguns meses a analisar o cometa, foi escolhido o local para a descida do robô File até à sua superfície. Este momento histórico da exploração espacial ocorreu a 12 de Novembro de 2014. File tornou-se então no primeiro engenho humano a poisar num cometa.

Apesar de ter ficado num local com pouca exposição solar, File conseguiu examinar o cometa durante 60 horas e enviar para a Roseta os dados recolhidos pelos vários instrumentos científicos. A sonda retransmitiu essa preciosa e inédita informação científica para a Terra.

Desde então, a sonda Roseta continuou a captar informação sobre a atividade do cometa na aproximação deste ao Sol, examinando os materiais libertados e que testemunham a composição do Sistema Solar aquando da sua formação, há 4600 milhões de anos.

A 13 de Agosto de 2015, o cometa orbitado pela Roseta encontrou-se à distância de mínima de 186 milhões de quilómetros do Sol. Depois, começou o regresso e o começo do fim da missão.

Os mais interessados podem consultar todos os detalhes da missão na página na internet que a ESA dedica à Roseta, clicando aqui. 

E chegamos a 30 de Setembro de 2016 e ao fim da missão de exploração da Roseta. Mas, se a sonda adormece, o mesmo não vai acontecer com os cientistas, que vão continuar a ter muito trabalho a estudar, durante os próximos anos, a enorme quantidade de dados recolhidos pela Roseta e pelo File.

É como se estes tivessem escrito um livro que agora tem de ser descodificado e entendido pelos cientistas e que perdurará na história da ciência, contribuindo para uma melhor compreensão das origens, não só do Sistema Solar, como também da vida que nele se desenvolveu no planeta Terra.

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