O ministro do Ambiente João Pedro Matos Fernandes e o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente José Mendes visitaram, na manhã da passada segunda-feira, o Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza, que terminou ontem, dia 5 de Outubro, em Sagres.
Durante a sua visita ao Forte do Beliche, o ministro do Ambiente libertou uma águia-calçada e o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente uma águia-de-asa-redonda, provenientes de cativeiro ilegal e que estiveram em recuperação no RIAS.
A meio da manhã, os governantes participaram num passeio por Sagres, tendo a oportunidade de plantar, simbolicamente, uma oliveira e um pinheiro e remover uma espécie invasora, o chorão-das-praias.
Adelino Soares, presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, disse «que o evento deste ano já superou, em vários aspetos, os anos anteriores. Nós e os nossos parceiros temos conseguido gradualmente que este evento tenha mais notoriedade, o que também se deve à conquista do “Prémio Município do Ano de 2015” e à excelente equipa que temos, nomeadamente a Almargem, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e o Município. Este ano, tivemos mais 100 atividades que na edição anterior, perfazendo as 300, e muitas esgotaram antes do festival começar. Este ano, o evento durou 6 dias, mais dois do que em 2015, e já foram observadas 110 espécies. Recebemos participantes de mais de 20 nacionalidades. De facto, não é qualquer lugar que tem as condições de Sagres para a observação de aves».
Por sua vez, o ministro do Ambiente Matos Fernandes considerou que «é com a clara consciência de que é o património que nos distingue, é com o património que nós construímos o futuro, que podemos ter um projeto que se distingue pela diferença – este Festival de Birdwatching e todas as iniciativas que estão à volta deste festival. Muitas destas aves podem escolher muitos outros sítios, voam distâncias muito grandes, por isso a nossa responsabilidade transcende o nosso país e mesmo Vila do Bispo».
Por último, o secretário de Estado José Mendes contou que o primeiro contacto que teve com o festival foi «há cerca de dois anos, quando fiz parte do júri que reconheceu Vila do Bispo como o “Município do Ano 2015”, devido à originalidade deste evento, algo que se vem confirmar mais uma vez hoje. Isto deveu-se a uma cadeia de valor completa, uma cadeia de valor sócio-económica e ambiental, que vem revelar o outro Algarve, o que nos parece bastante importante. É claramente um exercício de envolvimento das pessoas. Uma cadeia de valor social é um exercício de envolvimento dos parceiros, o que para nós é importante, porque também explora o elo económico. O Algarve é conhecido pelo sol, praia e pelo mar, mas a verdade é que tem muito mais para dar. Este tipo de eventos tem a grande vantagem de combater a sazonalidade que acontece neste tipo de locais. É importante olhar para os outros ativos da região».
O Festival de Observação de Aves foi promovido pela Câmara Municipal de Vila do Bispo e teve a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e a Associação Almargem como copromotores. Esta altura do ano coincide com o pico da migração de Outono, quando as aves migratórias deixam o nosso país em direção a terras quentes africanas.