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Pôr do sol no Cabo São Vicente
Pôr do sol no Cabo São Vicente

O menir do padrão, na Raposeira, armazéns de apoio às armações da pesca do atum, na Boca do Rio, ou até mesmo umas ruínas daquilo que se pensa ter sido uma igreja, no local onde agora existe o Farol do Cabo São Vicente, foram alguns dos segredos revelados na fam trip no concelho de Vila do Bispo, promovida pela Região de Turismo do Algarve (RTA), ontem, dia 6 de Dezembro.

A iniciativa, inserida no projeto  «Redescobrir os Segredos do Algarve», pretende dar a conhecer aos «profissionais que ajudam a vender o destino», como jornalistas e agentes de viagens, o que de melhor o Algarve tem para oferecer.

O dia começou com uma visita ao Centro Interpretativo de Vila do Bispo, com Adelino Soares, presidente da Câmara de Vila do Bispo, Desidério Silva, presidente da RTA, e Alexandra Gonçalves, diretora regional de Cultura a darem as boas vindas aos jornalistas e agentes turísticos.

Adelino Soares disse, nesta receção no Centro Interpretativo de Vila do Bispo, que o património do concelho «é tanto que não sabemos por onde pegar».

Depois da pausa, com direito a bolos de alfarroba ou torta de amêndoa, o local a descobrir foi o menir do padrão, perto da Raposeira. Este é um menir de pedra calcária, que terá «6500 anos e é um dos primeiros erguidos pelo homem». Após a foto de Desidério Silva e Alexandra Gonçalves, cada um do lado do menir, o grupo rumou à Boca do Rio, um espaço repleto de História.

Além da praia, onde estavam algumas (corajosas) pessoas, a Boca do Rio guarda vestígios arqueológicos romanos, tendo também «uma grande potencialidade no que toca à biodiversidade» por albergar várias espécies. É também ali, bem junto ao areal, que se encontra um edifício que serviu de apoio às embarcações na pesca do atum, que remonta ao tempo pombalino.

Adelino Soares, Alexandra Gonçalves e Desidério Silva
Adelino Soares, Alexandra Gonçalves e Desidério Silva

E as curiosidades não terminam aqui: foi a poucas milhas da Boca do Rio que um navio almirante francês naufragou na Guerra dos 7 Anos, havendo «um grande espólio» sub-aquático ali presente, segundo Ricardo Soares.

Para recuperar as forças para o que ainda restava, o almoço foi, depois, servido no Forte de Beliche, com uma vista paradisíaca. Na ementa: xerém de marisco, grão com borrego, torta de amêndoa e vinho tinto algarvio. Já a tarde foi dedicada a conhecer o Farol do Cabo São Vicente, situado num extremo do concelho de Vila do Bispo, onde se disse que é intenção criar, na sala de máquinas, um museu.

Neste local, foram reveladas ruínas daquilo que se pensa ter sido uma igreja que existiu do século VIII ao XII. Um dos objetivos desta visita a Vila do Bispo era dar a conhecer a Rota Omíada neste concelho, intenção que ficou cumprida também no Cabo de São Vicente.

Terá sido ali que foi erguida a Kaniçat al-Ghurab, ou seja, a ermida do Corvo descrita pelo geógrafo árabe Al-Idrisi no século XII, local que, durante o período omíada, foi um dos principais locais de peregrinação moçárabe e muçulmana da Península Ibérica.

O dia terminou, perto das (muitas) pessoas, que acorreram ao Cabo de São Vicente para assistir ao pôr do sol.

 

Veja aqui fotos desta visita a Vila do Bispo:

Fotos: Pedro Lemos/Sul Informação

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