É uma unidade de investigação, mas também «uma espécie de observatório para avaliação dos riscos e benefícios dos medicamentos» que os portugueses, especialmente os algarvios e os alentejanos, tomam.
A nova Unidade de Farmacovigilância do Algarve e Alentejo foi inaugurada esta segunda-feira, na Universidade do Algarve, e marca o início da descentralização deste tipo de unidades, que passam de quatro para oito, espalhadas pelo país.
«Este tipo de unidades são importantes para assegurar a segurança das populações, mas são também uma grande ajuda para a investigação clínica», ilustrou Henrique Luz Rodrigues, presidente do Infarmed, que esteve em Faro para assinar um protocolo com a UAlg, para a criação oficial deste novo serviço.
Não foi por acaso que o local escolhido para instalar a Unidade de Farmacovigilância do Algarve e Alentejo foi o novo edifício do Campus de Gambelas, construído de raiz para acolher, entre outros, o Departamento de Ciências Biomédicas e Medicina da universidade algarvia. Desta forma, consegue-se estar próximo da comunidade científica, mas também dos atuais e futuros profissionais de saúde da região.
«Queremos sair do Parque de Saúde de Lisboa e chegar mais próximo das populações. Vamos passar de quatro para oito unidades. Depois do Algarve, também iremos inaugurar unidades de farmacovigilância na Universidade da Beira Interior e na Universidade do Minho», exemplificou Henrique Luz Rodrigues.
A sessão de inauguração desta nova valência do Serviço Nacional de Saúde no Algarve contou com a presença do secretário de Estado da Saúde Manuel Delgado, que salientou «o avanço extraordinário» que a presença deste tipo de unidade traz para o Algarve e Alentejo, até por uma questão de representatividade nos estudos que são feitos sobre os efeitos dos medicamentos.
É que os medicamentos são testados antes de ser lançados no mercado, mas, salientou Henrique Luz Rodrigues, «cada vez menos». «Muitas vezes, os fármacos são colocados à venda, mas sob condição, sendo reavaliados mais tarde. Como todos sabemos, os medicamentos podem trazer benefícios, mas podem igualmente ser um risco», ilustrou.
Assim, a unidade irá acompanhar de perto a população das duas regiões, para assegurar que os medicamentos que estão no mercado são seguros e que trazem mais vantagens do que desvantagens.