A Administração Regional de Saúde do Algarve garante que as alegadas consultas em gabinetes com infiltrações em Unidades de Saúde Familiar de Loulé e Albufeira nunca deveriam ter acontecido, à luz das regras, e diz já ter enviado técnicos para averiguar a denúncia feita pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses esta quarta-feira.
A entidade responsável pelos Centros de Saúde da região reagiu a um comunicado do SEP, que dava conta de que houve consultas realizadas com chuva a cair dentro de gabinetes em USF de Loulé e de Albufeira, lembrando que «a atividade assistencial das USF é programada, logo, não destinada a situações urgentes».
«No caso de existirem circunstâncias que impeçam o regular funcionamento da atividade, os profissionais de saúde devem procurar relocalizar os serviços em outras salas. Nestes casos concretos, deverá haver articulação com as UCSP de Loulé e de Albufeira que funcionam ambas a escassos metros de distância. Alternativamente, deverão suspender a atividade e remarcar os utentes para data posterior. As situações que careçam de atenção imediata devem ser encaminhadas para outra tipologia de resposta – no caso, por exemplo, para os Serviços de Urgência Básica que funcionam apenas a metros ao lado, quer em Loulé, quer em Albufeira», elencou.
«A situação descrita pela fotografia enviada juntamente com o referido comunicado do SEP é totalmente desconforme com as boas práticas de atendimento nos cuidados de saúde primários e também com as orientações atrás descritas. Iremos averiguar a veracidade da correspondência entre a foto e a localização alegada», acrescentou a ARS.
Segundo esta entidade, tanto a USF Lauroé, de Loulé, como a USF de Albufeira estão «foram instaladas provisoriamente, no ano de 2010, em módulos pré-fabricados» nos perímetros dos respetivos Centros de Saúde.
Apesar de admitir que «as instalações provisórias modulares pré-fabricadas não são a solução adequada para o funcionamento a longo prazo de uma unidade de saúde, sendo mais suscetíveis à degradação por efeito dos elementos do que uma edificação definitiva», a ARS do Algarve explica que os contentores «recebem intervenções de reparação sempre que se deteta a sua necessidade».
«Por exemplo, na semana passada foi pedido pelo Gabinete de Instalações e Equipamentos (GIE) um orçamento para executar um reforço da cobertura da USF de Albufeira, obra que será concluída nos próximos dias», ilustrou.
Quanto a soluções mais permanentes para as duas USF, estão em andamento. Em Loulé, a Câmara cedeu um terreno para construção de um edifício para a unidade de saúde, em 2010, mas o processo não teve seguimento, na altura. Em Maio, foi assinado um protocolo entre a autarquia louletana e a ARS «no qual se definiram as responsabilidades financeiras pela construção da obra, a qual será levada a cabo em parceria pelas duas entidades, a iniciar em 2017».
Em Albufeira, a situação foi idêntica, já que «o município de Albufeira, na altura, manifestou a intenção de ceder um terreno para a instalação definitiva da USF, o que, por motivos vários, nunca se veio a verificar».
«Mais recentemente, o atual Conselho Diretivo da ARS acordou com o Município de Albufeira a cedência de um terreno para edificar a USF, tendo havido já um estudo técnico preliminar para a sua edificação», revelou a ARS.