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O Bispo do Algarve D. Manuel Quintas falou de luz e paz, mas também dos muitos conflitos armados que assolam o planeta, do terrorismo e do drama dos refugiados, na sua tradicional mensagem de Natal, divulgada esta segunda-feira. Para o prelado algarvio, «Deus não desiste do homem e continua a vir ao seu encontro como “luz”» nesta época festiva, independentemente dos problemas que a humanidade atravesse.

«Deus continua, em cada Natal, a recordar-nos que não desiste de nós e a tornar-se presente como Luz que ilumina e desfaz as trevas que envolvem a nossa existência”, escreve D. Manuel Quintas, lamentando os «conflitos implacáveis, em diversas partes do mundo, que destroem e matam indiscriminadamente» e os «atentados sem escolher lugares e vítimas, que semeiam o medo, o terror e a morte inocente».

Lembrou, ainda, o drama dos refugiados e que «a pobreza de muitos, em todas as suas formas, manifestações e consequências, também entre nós, continua a contrastar com a abundância desmedida de pouco».

Na mensagem, intitulada «Luz para toda a humanidade», o Bispo do Algarve pede aos algarvios que não se deixem «vencer pela indiferença, cada vez mais globalizada, que anestesia a fé, silencia a consciência, conduz ao descompromisso solidário, abafa esta luz que brilha nas trevas e mata o espírito do Natal»,  exortando-os a que se façam «mensageiros desta Luz que, desde Belém, continua a brilhar».

 

Mensagem de Natal de D. Manuel Quintas na íntegra:

Luz para toda a humanidade

A celebração do Natal conduz-nos, anualmente, a revisitar a certeza de que, apesar da desumanidade presente em tantas situações do mundo de hoje, Deus continua a assumir a nossa humanidade.

Sucedem-se os conflitos implacáveis, em diversas partes do mundo, que destroem e matam indiscriminadamente; multiplicam-se os atentados sem escolher lugares e vítimas, que semeiam o medo, o terror e a morte inocente; sentimo-nos impotentes perante o drama e até mesmo o desfecho trágico dos refugiados; a pobreza de muitos, em todas as suas formas, manifestações e consequências, também entre nós, continua a contrastar com a abundância desmedida de poucos…

Deus continua, em cada Natal, a recordar-nos que não desiste de nós e a tornar-se presente como Luz que ilumina e desfaz as trevas que envolvem a nossa existência: o povo que andava nas trevas viu uma grande luz (Is 9, 1). Luz que brota do rosto de Cristo, cheio de misericórdia e fidelidade; um rosto indefeso de criança, cuja contemplação convida a eliminar todas as formas de violência e de “desumanidade”; um rosto que revela a autêntica sabedoria, e a todos dirige uma proposta eficaz para construir um mundo verdadeiramente humano.

Celebrar o Natal é deixar-se atrair e iluminar pelo brilho desta Luz; é deixar-se purificar e aquecer pelo seu calor. Ela continua hoje, como há dois mil anos na simplicidade da gruta de Belém, a indicar o caminho da construção da verdadeira paz. Disso são testemunho os primeiros a deixar-se iluminar por esta Luz. Os Magos vindos de longe, oriundos de culturas e raças diferentes, regressaram por outro caminho, após o encontro com Jesus, bem como os pastores que regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto (Lc 2, 20).

O mundo precisa urgentemente desta Luz que vem do Alto, atrai a si todos os povos e a todos orienta no caminho da partilha fraterna e do bem comum. A missão da Igreja e de cada discípulo de Cristo é refletir esta Luz. Este é o seu serviço ao mundo: iluminar todas as realidades humanas, particularmente as situações onde a escuridão é mais densa.

Neste ano pastoral em que, como Igreja diocesana, somos chamados com Maria a ser discípulos e testemunhas do Evangelho da Alegria e do Amor, queremos aprender com ela a contemplar esta Luz. Ela “ensina-nos a aprender o segredo da alegria cristã, lembrando-nos que o cristianismo é, antes de tudo, Evangelho, boa notícia que tem o seu centro e o seu conteúdo na pessoa de Jesus Cristo, o Verbo feito carne, único Salvador do Mundo” (RVM 20). Como Maria, a Igreja é chamada a acolher em si o mistério de Deus que nela habita… a refletir cada vez mais o rosto de Cristo, no qual Deus revela de forma visível o seu amor e a sua misericórdia para com todos.

A misericórdia é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro; é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida; é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado (cf MV 2), presente em todas as situações “desumanas” que nos envolvem.

Não nos deixemos vencer pela “indiferença”, cada vez mais globalizada, que anestesia a fé, silencia a consciência, conduz ao descompromisso solidário, abafa esta Luz que brilha nas trevas e mata o espírito do Natal. Aprendamos com Maria, a edificar uma Igreja que seja “uma casa para muitos, uma Mãe para todos” (EG 288).

A todos formulo votos de um Santo e Feliz Natal!

Para todos invoco as bênçãos do Deus-Menino!

Façamo-nos mensageiros desta Luz que, desde Belém, continua a brilhar para nós e para todos.

 

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