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Se um munícipe de Lagoa encontrar uma rotura de água no canteiro de um jardim público do concelho, vai passar a poder comunicar de imediato, e de forma “inteligente”, esse problema aos serviços competentes da Câmara Municipal.

Para isso, precisará apenas de usar uma aplicação que poderá descarregar de forma gratuita para o seu telemóvel, tirar uma fotografia georreferenciada do problema e encaminhá-la de imediato.

A informação enviada pelos munícipes, mas também outra informação recolhida, em tempo real, sobre a rede municipal de abastecimento de água, bem como a recolha e a gestão dos resíduos sólidos, será então tratada numa sala de comando que está a ser instalada no edifício do Secretariado da Fatacil. Prevê-se que, «dentro de dois a três meses», tudo isto esteja a funcionar.

Estas inovações, que permitem a Lagoa tornar-se a primeira cidade inteligente do Algarve, resultam de um protocolo que a Câmara Municipal lagoense assinou esta terça-feira com a NOS, no âmbito do projeto «Smart Cities», que em Portugal apenas abrange já uma outra cidade, Oeiras.

Manuel Ramalho Eanes, administrador executivo da NOS, adiantou, porém, que a gestão das redes de água e de resíduos sólidos é apenas um primeiro passo desta parceria entre a empresa e o município de Lagoa. «As possibilidades são muitas, já que o arsenal ao nosso dispor é muito grande», garantiu.

Por isso, há outras áreas que poderão vir a ser abrangidas em Lagoa ou noutros concelhos, como a «videovigilância inteligente, a monitorização e otimização de todas as equipas de recursos humanos, as redes de distribuição de energia elétrica e de iluminação pública, as frotas automóveis».

«Lagoa passa a ter visibilidade integrada dos problemas reportados pelos cidadãos e passa a ter mecanismos tecnológicos para lhes dar resposta, de forma rápida e eficiente», acrescentou Manuel Ramalho Eanes.

 

Francisco Martins, presidente da Câmara de Lagoa, considerou que o sistema inovador que está a ser implantado no concelho permitirá aos serviços municipais «gerir as situações em tempo real e tratar dos problemas mais rapidamente». Com tudo isto, acrescentou o autarca, o município ganhará eficiência, mas também poupará dinheiro.

«Quando chegámos à Câmara tínhamos 40 e tal por cento de perdas de água na rede, hoje estamos na casa dos 30 por cento. Mas, com este sistema implementado, poderemos diminuir ainda mais», exemplificou Francisco Martins.

«Estava na altura de fazer um upgrade da gestão do município. Faltava-nos um parceiro com know-how» e a sua escolha foi um «processo moroso, muito amadurecido», revelou Francisco Martins.

O protocolo assinado entre a Câmara Municipal de Lagoa e a NOS determina a partilha de informação e de conhecimento em áreas de interesse comum, a realização de iniciativas conjuntas e a divulgação e utilização de soluções específicas nas áreas das Smart Cities.

Com esta parceria, o município de Lagoa dá um passo importante para se destacar na região do Algarve enquanto cidade inteligente que «fomenta a sua sustentabilidade, mobilidade, acessibilidade, eficiência e proximidade, através de soluções tecnologicamente inovadoras», salienta a NOS.

Francisco Martins considera «importante dar este passo, ao assinar o protocolo com a NOS para criar uma Smart City, pois, quando se fala em cidades inteligentes, vocacionadas para a racionalização e monitorização da gestão de todo o setor energético, sistema de abastecimento de água, de resíduos e até de modernização administrativa, cumprem-se os pilares definidos no plano estratégico que se delineou para o futuro de Lagoa».

O autarca realça ainda que «a função das Smart Cities – ao utilizarem a tecnologia de comunicação e informação que permite medir, analisar e integrar os dados chave de um núcleo urbano, tornando-o mais eficiente – é um sério desafio que Lagoa aceita, com satisfação, após a análise da mais valia que a sua implementação trará à cidade, numa vertente de modernidade que se pretende para a sua área territorial, bem como de melhoria sustentável da qualidade de vida dos nossos cidadãos».

Por seu lado, o administrador executivo da NOS concluiu que «a articulação entre empresas e autarquias é cada vez mais importante para desenvolver novas plataformas e processos que promovam a qualidade de vida dos cidadãos e o seu relacionamento com as autarquias». Tais plataformas, acrescentou Manuel Ramalho Eanes, «têm tradução nas experiências tecnológicas que facilitam a mobilidade, segurança e eficiência energética das autarquias e dos seus munícipes».

 

Fotos: Elisabete Rodrigues|Sul Informação

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