Os Agrupamentos de Centros de Saúde Central (ACES), em Faro, do Barlavento, em Portimão, e do Sotavento, em Tavira, Vila Real de Santo António e Alcoutim, realizaram 179 exames de espirometrias, que são feitas ao pulmão, nas primeiras duas semanas de um projeto-piloto para diagnóstico precoce e prevenção de doenças pulmonares obstrutivas crónicas (DPOC), que arrancou em Dezembro.
Até ao final do mês de arranque deste projeto, «o ACES Central tinha realizado 30 exames de espirometrias e o ACES Sotavento 11», segundo informa a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.
«Com o início de 2017, o projeto foi alargado ao ACES Barlavento e o número total mais que triplicou, tendo sido realizados nas duas primeiras semanas de Janeiro, 99 exames no ACES Central, 25 no ACES Sotavento e 14 no ACES Barlavento», acrescenta esta entidade.
Segundo o residente do Conselho Diretivo da ARS Algarve Moura Reis, «a aposta neste projeto pioneiro na região assume um papel essencial no reforço da prevenção e no aumento do diagnóstico precoce da doença pulmonar obstrutiva crónica, assim como, no acesso à prestação de cuidados de saúde de proximidade e a um tratamento adequado e articulado entre os cuidados de saúde primários e cuidados de saúde hospitalares».
«O exame de espirometria é indolor e não invasivo, utilizado em casos em que é necessário verificar se o utente sofre de doenças respiratórias com obstrução dos brônquios», explica a ARS.
Para implementar este projeto, inserido no âmbito do Despacho n.º 6300/2016 do gabinete do secretário de Estado Adjunto e da Saúde que determina que todos os ACES deverão, até final deste ano, ter consultas de cessação tabágica e acesso a espirometria e a tratamentos de reabilitação respiratória, a ARS Algarve, com o apoio de pneumologistas do Centro Hospitalar do Algarve, realizou, no 2º semestre do ano passado, ações de formação de espirometria destinadas aos médicos dos três ACES da Região.
Estas permitiram disponibilizar a «nova oferta de exames nos cuidados de saúde primários e uma ferramenta essencial para os profissionais de saúde na sua avaliação clínica», diz a ARS.
Ainda neste âmbito, existem 10 equipas de saúde que realizam consultas de apoio intensivo na cessação tabágica que abrangem todo o Algarve, distribuídas pelos 3 ACES, uma equipa na Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (DICAD) de Olhão e duas equipas na unidade hospitalar de Faro do Centro Hospitalar do Algarve, além de equipas de saúde escolar e unidades de saúde pública dos ACES da Região algarvia que trabalham em prol da promoção da saúde e da prevenção do tabagismo, em meio escolar e na comunidade em geral.
Os utentes atendidos nas consultas de apoio intensivo na cessação tabágica são abrangidos pela dispensa de pagamento de taxas moderadoras, tal como os utentes a quem são realizadas espirometrias.
Todos os fumadores que o desejem, podem ser atendidos numa consulta de apoio intensivo, tendo, contudo, acesso prioritário os fumadores motivados para mudar o seu comportamento e que encarem seriamente deixar de fumar nos próximos 30 dias.
Além da motivação, outro dos critérios para aceder a estas consultas é o nível de dependência, tais como fumadores que não tenham cessado o consumo após tentativa apoiada por intervenção breve, ou que apresentem uma dependência elevada à nicotina associada a determinados critérios clínicos.
Para esta consulta de apoio intensivo na cessação tabágica são, ainda, referenciados todos os fumadores que apresentem determinadas patologias relacionadas com o tabaco ou critérios clínicos como cardiopatia isquémica, arritmias cardíacas ou hipertensão arterial não controladas, doenças pulmonares obstrutivas crónicas e tumor do pulmão, fumadores com outros comportamentos aditivos, fumadoras grávidas ou em período de amamentação, e mulheres em planeamento familiar.