As vagas que serão abertas para contratação de enfermeiros servirão apenas para substituir profissionais de saúde que saíram do Centro hospitalar do Algarve e regularizar a situação contratual de outros que já lá estão. Ou seja, acusou esta segunda-feira o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, o saldo para os hospitais algarvios é «zero» e as autorizações para contratação de novos enfermeiros «são uma falácia».
Segundo o sindicato, as últimas 50 autorizações para abertura de vagas «vieram com a indicação da Autoridade Central para o Sistema de Saúde que 38 são para substituição de enfermeiros que saíram e as restantes 22 para regularizar vínculo por tempo indeterminado a quem já trabalha no CHA». «Ou seja, saldo zero!», resumem.
Numa tomada de posição pública, a delegação regional do SEP garante que os hospitais do Algarve necessitam de 483 enfermeiros, «de acordo com as fórmulas de cálculo “Dotações Seguras”». «Necessitaria no imediato, pelo menos de metade, mas a verdade é que não tem crescido o número de enfermeiros», asseguram os sindicalistas.
Estas carências foram denunciadas pelos enfermeiros da Urgência do Hospital de Portimão no manifesto «Por condições de trabalho dignas e cuidados de saúde de qualidade e segurança», entregue ao secretário de Estado da Saúde Manuel Delgaldo durante a visita que este efetuou ao Algarve, em Dezembro.
«O manifesto, que descreve a situação vivida diariamente na urgência de Portimão e aponta propostas de solução para melhorar a segurança dos utentes e profissionais, não mereceu resposta de nenhuma das entidades oficiais e tudo continua na mesma», acusou o SEP.
Os sindicalistas vão agora enviar uma exposição à Comissão Parlamentar da Saúde e esperam poder reunir-se com os deputados que a compõem na próxima visita ao Algarve, que foi aprovada no dia 16 de Janeiro.