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Raúl Costa, Catarina Conceição e Rui Rodrigues

A Alcar Saúde abriu portas em 2012, nas Ferreiras, no concelho de Albufeira, oferecendo serviços de saúde “low-cost”. O novo espaço enfrentou a desconfiança do mercado, mas ganhou a confiança dos utentes e isso traduziu-se no aumento de faturação e de especialidades. Em Dezembro de 2016, esta clínica, que tem três enfermeiros como sócios, chegou a Faro. 

Medicina geral e familiar, medicina interna, ortopedia, medicina dentária, fisioterapia, ginecologia, ou psiquiatria, são algumas das especialidades deste espaço, sendo que há algo que distingue a Alcar Saúde, em relação a outras clínicas da mesma dimensão: tem atendimento permanente.

Raúl Costa, um dos sócios da Alcar Saúde, explicou ao Sul Informação que «esse é um dos nossos fatores de diferenciação: o atendimento permanente de médicos e enfermeiros. Tirando os hospitais privados, só nós possuímos essa oferta. E o utente não vem só à consulta, porque vem aqui e sai medicado e tratado».

Já Rui Rodrigues, outro dos criadores do projeto, acrescenta que «50% dos doentes que vão às urgências do Serviço Nacional de Saúde, se vierem às nossas instalações, conseguem resolver o problema. 50% daquilo que leva o doente ao serviço de urgência, nós conseguimos resolver».

Para o empresário e enfermeiro, as vantagens são várias: «quem vai às urgências do Hospital de Faro, paga 20 e poucos euros de taxa moderadora. O doente é triado às 10h00 e é atendido às 15h00 ou 16h00. Aqui, para resolver o problema, pagará cerca de 40 euros, com trabalho do enfermeiro, do médico e com tratamento. Há uma franja grande da população que pode pagar esses 40 euros.  Se o mesmo doente for a um privado, sem seguro de saúde, se calhar, esses 40 euros transformam-se em 150, 200 euros».

A grande diferença de preços é justificada por Rui Rodrigues, dizendo que «procuramos explorar a vertente económica aliada à vertente social e à capacidade profissional. Essa maneira inovadora de modelo de negócio teve por base a eliminação do intermediário do negócio entre o prestador de cuidados e o utente. Abordamos a relação diretamente com o doente, eliminando os seguros, os sistemas e sub-sistemas de saúde. Com isso, conseguimos um preço mais reduzido nos atos, permitindo um acesso mais facilitador da população a cuidados de saúde de qualidade».

Apesar de a Alcar Saúde se assumir como um prestador de serviços de saúde “low-cost”, os sócios garantem que isso só se reflete nos preços e não na qualidade dos serviços ou dos profissionais. Segundo Catarina Conceição, também ela sócia da clínica, «os nossos prestadores de saúde são referências nas suas áreas».

Além disso, acrescenta Rui Rodrigues, «o investimento feito é equivalente ao investimento feito noutros prestadores que praticam preços mais caros. Os nossos fornecedores são os mesmos, são os melhores do mercado. Investimos nesses fornecedores para nos darem garantia de qualidade que se vê na satisfação do cliente. É um paradoxo. Temos os preços mais baixos, mas o investimento é igual».

De acordo com o empresário, e enfermeiro, quando a clínica surgiu nas Ferreiras, «corremos o risco de nos assumirmos como uma clínica “low-cost”, porque é uma área particularmente sensível».

No entanto, os clientes apareceram – em quatro anos e meio foram cerca de 50 mil nas Ferreiras –  e Raúl Costa diz que «só queremos que o doente cá venha a primeira vez, porque de certeza que volta se precisar».

Para esse regresso, contribui «um ambiente de família». Nas Ferreiras, «temos clientes que vão lá levar um bolo quando a empresa faz anos e que, quando não têm nada que fazer, vão lá conversar com as rececionistas. As pessoas sentem-se acolhidas e em casa», acrescenta.

Rui Rodrigues diz que, «em 50 mil pessoas atendidas, o índice de satisfação dos clientes é elevadíssimo, há reconhecimento e isso reflete-se no passa a palavra e no livro de elogios. Já somos médico de família de famílias inteiras. Sabemos que isso é difícil, porque é muito mais fácil dizer mal».

No total, a Alcar Saúde já criou seis postos de trabalho diretos, entre Ferreiras e Faro, e tem cerca de 40 profissionais em regime de prestação de serviços que «não são prejudicados nas remunerações», apesar de existir um «preço mais barato para o utente». Além disso, «é nosso ponto de honra: os médicos e enfermeiros recebem por utente e a tempo e horas», garante.

A clínica da Alcar Saúde, em Faro, além da sua filosofia diferente, tem ainda uma outra vantagem: situa-se numa zona da cidade onde é fácil chegar, quer de carro, quer de transportes públicos, e onde há facilidade de estacionar, de forma gratuita. A clínica funciona num rés do chão da Praça Paul Harris, nas traseiras da sede do Moto Clube de Faro e junto à antiga estrada de Olhão.

Para abrir a Alcar Saúde em Faro, foram investidos 350 mil euros, sendo que «35% vieram de capitais próprios e 25% de investimento externo. Só o restante veio da banca», explica Rui Rodrigues.

Apesar de a abertura em Faro ser «um investimento económico com mais riscos, estamos convictos de que vamos lá chegar e vamos obter um sucesso idêntico ao que tivemos nas Ferreiras. Temos consciência que, por não dispormos de grandes verbas para campanhas de marketing, vai levar mais um pouquinho a crescer, mas, sendo sustentado, vamos evoluir».

E essa evolução, pode vir a dar mais frutos – ou seja, mais clínicas – a médio prazo. «Se crescermos aqui como nas Ferreiras e encontrarmos outro local estratégico, podemos pensar nisso», até porque, considera Rui Rodrigues, «este modelo de negócio é o futuro».

 

Veja aqui as fotos da clínica:

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