Os guisados de carne, típicos do Barrocal e da serra, a sardinha, do litoral, os vinhos de Lagos, Portimão, Lagoa e Tavira, a Serra de Monchique e o Castelo de Silves, sem esquecer o Cabo de São Vicente «onde se vê o fim da terra e o começo do mar».
Estes são, para Naiara Back, blogger brasileira que percorreu, no ano passado, a Ecovia do Litoral, alguns dos motivos para amar o Algarve, «que não se resume às deslumbrantes praias».
Ainda assim, Naiara, cujo blogue se chama “Aqueles que Viajam”e que, na sua viagem pelo Algarve, participou num passeio de bicicleta com a secretária de Estado do Turismo, também elegeu algumas praias, como a da Ponta da Ruiva, em Vila do Bispo, do Martinhal, em Sagres, e do Amado, em Aljezur, imprescindíveis para «aspirantes a surfistas». Até porque no Algarve «o sol brilha mais de 300 dias por ano».
Já Benagil, com as suas grutas, «transformaram este pequeno pedacinho da costa algarvia numa verdadeira obra prima da natureza», considera a blogger.
Continuando pelas riquezas do Algarve, «a abundância de amendoeiras, figueiras e alfarrobeiras que crescem nos pomares secos da região, transformam-se nos mais deliciosos doces. Queijo de Figo, Dom Rodrigo, Morgadinho são apenas algumas das várias e irresistíveis delícias regionais».
E nem o tradicional grito “Olha a bolinha quentinha”, nas praias durante o Verão, escapou ao radar de Naiara. «No Algarve parece que este bolinho frito e polvilhado com açúcar, recheado ou não com creme de ovo, tem um sabor especial, principalmente aqueles que são vendidos nas praias».
Quantos aos vinhos, além dos de Lagos, Portimão, Lagoa e Tavira, a blogger faz referência ao primeiro vinho biológico no Algarve, do Monte da Casteleja.
Também o Turismo Criativo de Loulé é descrito por Naiara como sendo «uma forma criativa de explorar a cidade e de se envolver com a cultura local».
Já as cascatas do Penedo do Buraco, do Chilrão e Barbelote, na Serra de Monchique, são «verdadeiros oásis para relaxar». «E não só – é nesta serra que existe a única estância termal a sul, conhecida pelas suas propriedades terapêuticas desde os tempos romanos».
Descendo para o litoral, a ligação de Lagos aos Descobrimentos Portugueses é retratada pela blogger.
O pano de fundo é o Museu de Cera dos Descobrimentos daquela localidade, onde são recriadas cenas como a Batalha de Aljubarrota ou o casamento de Dom João I com Dona Filipa de Lencastre.
Pela História, Naiara viaja para um passado (ainda) mais distante, com a ligação das laranjas de Silves (de deixar «água na boca») aos árabes, que as trouxeram para o Algarve.
As ruínas de Milreu são, por sua vez, um vestígio da ocupação romana. «Acredita-se que ali existiu uma luxuosa residência senhorial, termas, lagares de azeite e de vinho e instalações agrícolas».
Pelo Algarve ainda restam vários vestígios dos montes recheados de fornos de cal, mas é em Porto Nobre, em Querença, que existe «o único que se mantém intacto». «Os lugares onde havia produção de cal são dos mais lindos que há na região do Barrocal e conhecê-los é no mínimo imperdível», diz Naiara.
A viajante também passou pela aldeia Pedralva, em Vila do Bispo, que foi reconstruída, com casas que mantém as caraterísticas arquitetónicas das antigas aldeias. E continuando pelas aldeias históricas, Alte é «uma das mais típicas», sendo «composta por casas caiadas de chaminés trabalhadas, estreitas ruelas, fontes, igrejas e um museu regional feito na casa de um sapateiro».
A Ecovia do Litoral, que a brasileira percorreu, também é uma destas razões para amar o Algarve. Composta por 214 quilómetros, «liga o Cabo de São Vicente a Vila Real de Santo António num caminho rural paralelo à EN125» e tem «paisagens incríveis ao longo da costa».
Já a Via Algarviana, rota que atravessa o interior algarvio de uma ponta à outra, ao longo de 300 quilómetros, entre Alcoutim e o Cabo de São Vicente, é «uma das melhores formas de explorar a pé ou de BTT a natureza do Algarve».
A região também é para Naiara «um verdadeiro santuário da vida silvestre».
«Mar aberto, zonas agrícolas, montados de sobreiro, lagoas costeiras, zonas montanhosas… são algumas das diversas paisagens para explorar e observar as mais de 250 espécies de aves que se encontram» no Algarve.
Até porque uma das 7 Maravilhas da Natureza de Portugal é no Algarve.
«Chama-se Parque da Ria Formosa e é mesmo formosa! É um sistema natural único e em permanente mudança, devido ao contínuo movimento de vento, correntes e marés. Explore-a de barco, bicicleta, tuk-tuk ou a pé, mas explore!», diz Naiara.
Também as salinas, que pintam de branco a paisagem do Algarve, são uma «verdadeira obra de arte. Da imensa costa algarvia é produzido sal marinho, cuja pureza e valor nutritivo são reconhecidos internacionalmente», acrescenta.
São Brás de Alportel é referido devido às «sombras de antigos sobreiros». «No mundo da cortiça, Portugal é a grande potência internacional e conhecer esse universo de exportação é no mínimo interessante, para não dizer obrigatório».
Para terminar, golfe… e festa. E se o Algarve «é um verdade paraíso para os jogadores de golfe», um dia perfeito na região termina «nas festas mais badaladas até ao sol nascer», seja em Albufeira, Vilamoura ou Quarteira.