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Esta é apenas a segunda edição da UAlg Careers Fair, mas já há quem não tenha dúvidas de que é «a melhor feira de emprego do Algarve». Nos dias 14 e 15 de Março, o Campus da Penha da Universidade do Algarve, em Faro, acolheu no seu complexo pedagógico 40 entidades, entre as quais 35 empresas, que divulgaram a sua oferta de emprego a cerca de um milhar de visitantes. Muitas delas aproveitaram para fazer ações de recrutamento, a pensar na época alta do turismo que se avizinha, mas também no preenchimento de quadros permanentes.

Quase sempre em pares ou em grupos maiores, os visitantes, na sua larga maioria jovens e estudantes da Universidade do Algarve, aproveitaram para ter um contacto direto com potenciais empregadores, mas também para aprender um pouco mais sobre o que é o mercado de trabalho e até para receber dicas de como se comportar, na hora de se candidatar a uma vaga de emprego e na entrevista que normalmente se segue.

Num dos auditórios do Complexo Pedagógico, o jovem empresário algarvio Ricardo Mariano, da Timing, uma das empresas representadas na feira, explicou a um grupo de estudantes o que a maioria das empresas espera de um candidato. A forma como é elaborado o currículo, como este é submetido, o comportamento na entrevista e até os assuntos “tabu”, quando se está a falar com um potencial empregador, foram alguns dos temas que foram abordados.

Ricardo Mariano optou por fazer este tipo de apresentação, mais prática, em detrimento de algo mais institucional, onde só abordasse a Timing, por considerar que se torna «mais producente». «Há, não só, que contratar, recrutar e entrevistar, como também preparar os alunos para o futuro. Para mais quando falamos da comunidade estudantil, que pouca experiência terá nessa área», resumiu.

Afinal, experiência a lidar com a força de trabalho não lhe falta, já que a empresa de trabalho temporário que fundou chega a contar com mais de mil pessoas ao mesmo tempo. A estes trabalhadores terão de se juntar os dos quadros da Timing e os dos outros negócios que o multifacetado empreendedor tem.

E é por necessitar de muita mão de obra qualificada que este empresário algarvio faz questão em marcar presença na UAlg Careers Fair. «Não tenho a menor dúvida de que esta é a melhor feira de emprego do Algarve, na atualidade. Ontem [dia 14 de Março] recebemos perto de uma centena de candidaturas, hoje deverá ser semelhante», revelou Ricardo Mariano.

«Para nós é fundamental esta aproximação aos universitários. Nós estamos a abrir uma delegação aqui na Penha (Faro), o que revela bem o nosso interesse. Com temos mais de mil pessoas a trabalhar no Verão, precisamos desta mão de obra qualificada para estar connosco. E não é só no Verão, já que há muitos que são alunos finalistas, que podem continuar na Timing, para fazer trabalho externo, em clientes nossos, ou na própria empresa», acrescentou.

Ao deambular pelo recinto da feira, são muitas as caras jovens que se veem por detrás das mesas das empresas presentes. Em alguns casos, são antigos estudantes da Universidade do Algarve, que há um ano estiveram  do outro lado, à procura de emprego, e voltam à Careers Fair como representantes das organizações que acabaram por apostar neles.

Érica Nascimento é um bom exemplo. Há cerca de um ano, a estudante brasileira da UAlg foi uma das alunas que deu o seu testemunho ao Sul Informação, durante a primeira edição desta feira. Hoje, trabalha na empresa algarvia Inesting.

«Estou a adorar, porque consigo contribuir com a formação que tive no Brasil e, ao mesmo tempo, aprendo muito com a empresa. Quando vim para Portugal, o meu objetivo era estudar, trabalhar e aprender. Tenho encontrado tudo isso dentro da Inesting, porque dão muita formação e são super flexíveis. É uma verdadeira troca», considerou Érica Nascimento.

Sentada ao seu lado está Andreia Gonçalves, que apesar de não ter estudado na UAlg, também teve a sua primeira oportunidade na empresa algarvia. «Nesta feira, nós queremos, sobretudo, estabelecer uma ponte com os alunos, para que eles vejam a Inesting como uma oportunidade de desenvolverem o seu percurso profissional. Andamos a recolher emails, para estabelecer uma relação, e quando houver oportunidade, eles serão os primeiros a saber», explicou.

Esta dinâmica repete-se nas diferentes bancas de empresas, embora haja algumas que estejam a recrutar durante o próprio evento. Desde a SW, empresa de trabalho temporário de Quarteira, até à multinacional Primark, foram muitas as organizações que promoveram eventos de recrutamento durante a própria feira.

Talvez devido ao sucesso profissional de alguns dos seus até há pouco tempo colegas, os alunos da universidade algarvia, bem como outros jovens da região, compareceram em força na UAlg Careers Fair. À segunda edição, o evento conheceu «um crescimento exponencial», ao nível de empresas representadas e de número de visitantes.

«Este ano, na segunda edição, crescemos em empresas e em alunos inscritos e participantes. Temos 35 empresas e vamos passar dos mil alunos, nos dois dias de evento, o que é um salto enorme em relação à primeira edição. Isto mostra, por um lado, o interesse com que as empresas estão a ver neste ponto de encontro entre gente qualificada e ofertas de trabalho e estágios profissionais. Por outro, mostra a adesão crescente dos nossos alunos», considerou André Botelheiro, responsável pelo departamento de comunicação da Universidade do Algarve.

Entre as organizações presentes, contaram-se multinacionais como o Jumbo (Auchan) e a Primark, alguns dos principais grupos hoteleiros a operar no Algarve, pequenas e médias empresas algarvias e até algumas micro empresas.

A startup Unitalent, do ainda aluno da Universidade do Algarve Joaquim Costa, é um bom exemplo de que cabem empresas de todos os “tamanhos” na UAlg Careers Fair. O jovem empreendedor até terá sido, dos presentes, o que mais dividendos retirou, já que o seu negócio é o de caçar talentos para empresas. Ou seja, os seus clientes são não só aqueles que procuram emprego, mas também os que os querem contratar.

«Nós somos uma startup de recrutamento e seleção de talentos universitários. Através de uma plataforma online nós fazemos o match entre recém licenciados, ou mesmo pessoas já licenciadas e com experiência, com as empresas que nos procuram», resumiu Joaquim Costa, fundador de empresa. Na feira, além de “caçar” mais alguns talentosos universitários para o seu portfólio, o jovem empreendedor também aumentou a carteira de clientes corporativos, que se juntaram às empresas que já trabalham com Joaquim Costa, entre as quais a Sonae.

Para o ano, há não só a garantia de que a feira se repete, como a de que será ainda maior do que a deste ano. «No próximo ano teremos de crescer, em termos de espaço. Nesta edição, tivemos de recusar empresas, porque o Complexo Pedagógico já não comportava mais. Em 2018, a grande aposta será essa, vamos ter de remodelar o espaço para dar mais área útil ao setor das organizações, já que a expo empresas é muito importante», segundo André Botelheiro.

E, quem sabe, se alguns destes alunos que nos dias 14 e 15 de Março estiveram na feira à procura de emprego, não voltam para o ano, noutra condição. «É interessante ver que em alguns stands há ex-alunos a trabalhar com os recursos humanos ou o marketing, que foram recrutados aqui. A Quinta do Lago, por exemplo, teve uma série de alunos que foram estagiários e que agora vão entrar nos quadros, e há outras empresas que têm antigos alunos, alguns dos quais recrutados na primeira Careers Fair», concluiu o porta-voz da UAlg.

 

sulinformacao

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