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O encontro científico “Se a memória não me falha… História Oral: metodologias e boas práticas”, nos dias 10 e 11 de Maio, no Museu de Portimão e no Espaço Raiz, mas também cinema, música e “António Aleixo” a recitar poesia, são algumas das atividades do FOrA – Festival da Oralidade do Algarve, a realizar-se de 10 a 14, em Portimão, Alvor e Odeceixe.

O objetivo do evento é promover o património cultural imaterial da região algarvia, colocando-o «na boca de toda a gente».

O encontro “Se a memória não me falha…”, que conta com a participação de investigadores e responsáveis por museus e arquivos de todo o país, tem como objetivo ser um espaço de debate sobre os principais desafios da História Oral e os projetos mais inovadores que estão a ser desenvolvidos atualmente neste campo.

«As memórias e experiências individuais e coletivas constituem uma fonte de conhecimento inesgotável e um objeto essencial de trabalho historiográfico. A História Oral, enquanto método de pesquisa transdisciplinar, que exige um rigoroso trabalho de campo junto das comunidade, debate-se com desafios constantes inerentes a algo tão efémero e suscetível a controvérsia como é a memória», diz a organização.

Logo a abrir, às 11h00 de dia 10 de Maio, em cima da mesa estarão “Histórias no Museu e Museus de Histórias”, com intervenções de José Gameiro, diretor do Museu de Portimão, Emanuel Sancho, diretor do Museu do Trajo de São Brás de Alportel, e José Luís Catalão, diretor do Museu do Trabalho Michael Giacometii, de Setúbal.

Às 17h30, o debate vai fazer-se à volta da “Arqueologia e memória: a História oral enquanto ferramenta ao serviço de arqueologia”, com Cristóvão Fonseca, investigador do Centro de História d’Aquém e d’Além Mar, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade dos Açores, e Luís Martins, do Centro de Estudos de Antropologia Social do ISCTE.

Também para dia 10, mas às 21h30, está marcado o concerto de abertura do FOrA no auditório do Museu de Portimão. Em palco, estará o grupo OrBlua, projeto musical de três músicos multi-instrumentistas algarvios, Carlos Norton, Inês Graça e Nuno Murta, que concilia o tradicional com o contemporâneo e o experimentalismo. O seu último álbum, Retratos Cinéticos, continua a seguir a trilha de «uma sonoridade lusa que cheira a Algarve, a mar, a serra, a Mediterrâneo, a Europa, a mundo que recolhe cheiros, cores, histórias, memórias, paisagens e sonhos».

Na quinta-feira, dia 11, o encontro “Se a memória não me falha…” tem a sua segunda parte no Espaço Raiz (antiga escola primária da Pedra Mourinha). Decorrerá então, a partir das 10h30, a acão de formação “História Oral: ferramenta ocasional ou indispensável? Questões práticas”, com Rui Aballe Vieira, investigador do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Ainda na tarde de quinta-feira, às 17h00, decorre no Espaço Raiz a Oficina de Contadores de Histórias, com Ana Machado.

Todos os eventos são de entrada gratuita. Poderá inscrever-se no encontro “Se a memória não me falha…” aqui. Para consultar o programa completo clique aqui.

Às 21h30 de dia 11, o Teatro Municipal de Portimão acolhe a exibição dos documentários «Documentar o Algarve Interior», que integram o projeto homónimo da Algarve Film Commission, que tem estado em digressão por toda a região e agora chega finalmente a Portimão.

Este é um convite para recordar algumas das tradições populares e práticas expressivas que ainda se mantêm vivas e fazem parte da memória e identidade coletiva do interior algarvio.

As nove curtas-metragens exibidas durante esta sessão foram realizadas em colaboração com talentos criativos locais, entre os anos de 2010 e 2015. Com o apoio financeiro do PRODER, o projeto incidiu sobre os concelhos de Albufeira, Alcoutim, Castro Marim, Faro, Loulé, São Brás de Alportel, Tavira e Vila Real de Santo António. Esta sessão contará também com a presença dos dois responsáveis por este projeto, Laura Carlos e Eduardo Pinto.

A manhã de sexta-feira (12 de Maio) será dedicada aos mais jovens. Escolas do concelho de Portimão acolhem a iniciativa “A Escola d’Outros Tempos”, dinamizada pelo TIPO – Teatro Infantil de Portimão, que propõe «um diálogo entre gerações em torno das memórias da escola e das brincadeiras de quando os avós eram meninos».

À tarde, o FOrA ruma a Ocidente. No Grupo Desportivo Odeceixense, em Odeceixe, concelho de Aljezur, às 18h00, os participantes do festival vão seguir «Pelo Fio da Memória». Esta é a estreia da Oralidade do Sudoeste no FOrA, com uma sessão que traz lengalengas, trava-línguas, pés quebrados, canções de trabalho e muito mais dos dizeres e cantares das freguesias de Odeceixe e do Rogil. Esta é uma iniciativa do projeto Entrelaçar, uma parceria entre a Câmara Municipal de Aljezur e a Associação Tertúlia.

O FOrA não pára e, às 21h30, já estará de regresso a Portimão, à Casa Manuel Teixeira Gomes, para evocar a memória e a história oral do clube que há mais de um século traz alegrias a Portimão. «O que dizer do Portimonense? Memórias de um clube da terra» é uma tertúlia que reunirá algumas das figuras-chave da história do Portimonense, num serão em que as recordações e as emoções virão à tona. E quem sabe se a recente subida do Portimonense à I Liga também não será alvo de (bonitas) memórias?

O sábado, 13 de Maio, será um dia forte do FOrA. Durante a manhã, o grande poeta do povo António Aleixo vai colorir o Mercado Municipal de Portimão com as suas audazes quadras. À tarde, segue para a baixa de Portimão, semeando aqui e acolá um pouco de poesia popular. «Aleixo vai ao Mercado» e «Aleixo vai à Baixa» são performances concebidas e desenvolvidas pelo TIPO – Teatro Infantil de Portimão.

Às 15h30, o encontro está marcado no Café Concerto do TEMPO, para falar sobre «Novas Ideias para o Património Cultural Imaterial», com duas jovens investigadoras, Nélia Olival e Andreia Pintassilgo, que partilharão ideias frescas para a promoção da memória e tradições locais.

Segue-se a apresentação do livro «Catálogo dos Contos Tradicionais Portugueses», trabalho de fôlego que é resultado de anos de pesquisa de Isabel Cardigos e Paulo Correia, investigadores de literatura oral do Centro de Estudos Ataíde de Oliveira, da Universidade do Algarve. Das palavras escritas às palavras ditas, a contadora de histórias Ana Machado brinda o público com «Histórias de Sal».

Por volta das 18h00 de dia 13, o FOrA atravessa o jardim e chega à Casa Manuel Teixeira Gomes, onde é esperado pelo grupo Canto Renascido, com notas e poemas do cancioneiro tradicional, sob a batuta do maestro António Vinagre.

O público é depois convidado a calçar as luvas e a entrar no ringue de uma autêntica «Batalha de Sotaques». Dário Guerreiro, o Môce Dum Cabreste, e os seus convidados irão revelar as diferentes nuances que marcam a diversidade do sotaque algarvio.

À noite, às 22h00, o Clube União abre as portas para o Baile FOrA. O convite é para dar um pézinho de dança ao som das vozes e acordeões de Pedro Silva e Marcelo Rio.

Mas nesse sábado, dia 13, o FOrA acontece em duas frentes. A partir das 16h00, todos são convidados a aparecer no Castelo de Alvor e a pendurar o seu dizer na «Oficina do Estendal». Já à noite, às 21h30, ouvem-se «Estórias do Nosso Povo», sobre encantamentos e criaturas fantásticas, narrativas que nos fazem rir, imaginar e até assustar. Esta é uma iniciativa da ALVORecer, integrada no programa de comemoração do 5º aniversário da associação.

Domingo é dia de bola. Às 11h15, o FOrA calça as chuteiras e vai a jogo. A oralidade marcará também presença no jogo Portimonense-Olhanense. Este será um jogo solidário, já que a iniciativa À Bola para Ajudar convida o público a levar bens para partilhar com instituições de solidariedade social em troca de um bilhete para o jogo.

Mas o FOrA não podia terminar sem uma grande festa. Será o «FOrA em Festa» no Espaço Raiz. O que haverá? Gastronomia típica de Monchique para forrar o estômago, música para animar e uma Oficina de Danças Tradicionais dinamizada por Mariana Correia, para queimar calorias. Nada melhor do que terminar o FOrA a dançar!

Como vê são muitas e boas as razões para marcar na sua agenda este encontro com o património oral do Algarve entre os dias 10 e 14 de Maio.

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