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De uma penada, Albufeira ganhou duas novidades voltadas para os amantes da natureza: uma ligação entre a cidade e a Via Algarviana e a primeira bicicleta todo-o-terreno Joelette do Algarve, destinada a turistas com mobilidade reduzida.

O último parafuso da ligação de 29 quilómetros (a percorrer a pé ou de bicicleta), entre Albufeira e a Via Algarviana, já na zona de Alte, no vizinho concelho de Loulé, foi apertado na sexta-feira passada, com a colocação do painel geral, junto ao Posto de Turismo de Albufeira, situado à entrada da cidade.

Carlos Silva e Sousa, presidente da Câmara de Albufeira, assistiu à colocação do painel geral, feita pela empresa Floema, que produz sinalética para espaços naturais e tratou de toda a sinalização do novo percurso de 29 quilómetros. Foi também esta empresa que forneceu a Joelette.

Criar esta ligação do concelho mais turístico àquela grande rota pedonal, que passa pelo interior do Algarve, até foi, em grande parte, ideia do autarca albufeirense, como o próprio contou ao Sul Informação: «numa feira de turismo sénior na Holanda, onde Albufeira esteve presente, um senhor holandês veio perguntar-me se podia fazer a Via Algarviana a partir daqui». E aí surgiu a ideia.

O percurso pedestre foi então delimitado em conjunto com a associação Almargem, entidade que gere a Via Algarviana, e vem juntar-se a outras ligações desta grande rota ao litoral, já criadas nos concelhos de Portimão, Lagos e Loulé.

A implementação deste percurso custou cerca de 35 mil euros, estando a decorrer uma candidatura a fundos europeus para financiar o investimento, a aguardar aprovação.

O percurso começa no Posto de Turismo de Albufeira, passa pela estação de comboios das Ferreiras, já que, como salientou Bruno Viegas, técnico de Turismo da Câmara, «muitas pessoas deslocam-se de comboio para fazer os trilhos da Via Algarviana», passa em Paderne (onde há três pequenos percursos pedestres já definidos, que podem ser feitos como complemento) e liga-se à Via Algarviana na zona de Alte, já no vizinho concelho de Loulé.

 

Em declarações ao Sul Informação, Carlos Silva e Sousa salienta que «um dos problemas do nosso turismo é a sazonalidade e o turismo de natureza, pedonal e ciclável, é uma forma de criar oferta turística complementar em Albufeira, fora da época da praia. Nós estamos enquadrados numa região que não tem só o litoral e temos de tirar mais partido disso».

O autarca sublinhou que a Via Algarviana «enriquece a oferta de todos os concelhos onde passa ou penetra» e esta nova ligação «permitirá aos caminhantes que a percorrem fazer uma incursão ao interior do nosso concelho, na zona de Paderne, ou mesmo ao litoral, ou permitirá a quem está no litoral chegar à Via Algarviana».

Por seu lado, Joaquim Mealha, da associação Almargem, salientou, em declarações ao nosso jornal, que a «Via Algarviana, um percurso pedestre com 300 quilómetros que liga Alcoutim ao Cabo de S. Vicente, pelo interior do Algarve, só tem a ganhar com estas ligações aos locais onde efetivamente estão as pessoas, os turistas».

Neste momento, com a nova ligação a Albufeira, a VA «já toca em 12 dos 16 municípios algarvios, faltando apenas Vila Real de Santo António, Olhão, Faro e Lagoa», acrescentou o dirigente da Almargem.

Para divulgar a ligação que, desde a passada sexta-feira, já está devidamente sinalizada no terreno, vai ainda ser disponibilizada uma aplicação (app), que poderá ser descarregada para qualquer dispositivo móvel, com os quatro percursos pedestres (a ligação e os três passeios circulares em Paderne). Haverá ainda informação disponível no site da Câmara de Albufeira.

«Isto vai ter de ser muito divulgado, não só nos hotéis e postos de turismo, como quando vamos lá fora em ações de promoção, em conjunto com a APAL», acrescentou o presidente da autarquia.

Carlos Silva e Sousa fez ainda questão de sublinhar «a cooperação ótima» que houve com o vizinho concelho de Loulé, para implementar o troço. É que sete quilómetros da ligação desenvolvem-se em território louletano e, desse lado, foi aquela autarquia que teve que suportar os custos. «Mas temos uma excelente relação com os nossos vizinhos, que mais uma vez se confirmou», acrescentou o edil albufeirense.

 

Então e a Joelette? Esta bicicleta para o turismo adaptado permitirá que um «grupo de amigos possa levar uma pessoa com deficiência motora a fazer o percurso da ligação à Via Algarviana».

A bicicleta, como se pode ver na fotografia acima, tem um assento adaptado para a pessoa com mobilidade reduzida, e depois, quase como num riquexó asiático, pelo menos duas (ou três) outras pessoas ajudarão a transportar, à frente e atrás. Dotada com dispositivos de segurança, como travões e cintas, a Joelette vai certamente ajudar a cumprir o sonho de alguém que, pelos seus próprios meios, já não pode descobrir a beleza dos caminhos pelo interior do concelho de Albufeira.

Carlos Silva e Sousa, que fez questão de experimentar a sensação de transportar esta bicicleta especial, salientou: «o turismo adaptado e acessível é também uma aposta forte da Câmara de Albufeira. Este ano temos mais praias acessíveis, dentro da cidade há percursos acessíveis e vamos implementar, nas praias, o código de bandeiras para pessoas daltónicas. A Joelette é apenas mais um elemento destes investimentos que temos vindo a fazer».

A bicicleta para turismo adaptado estará disponível, por marcação, no Posto de Turismo de Albufeira ou na estação do caminho-de-ferro das Ferreiras. A informação sobre como pedir a sua utilização estará disponível na tal aplicação que qualquer pessoa poderá descarregar para o seu smartphone ou tablet.

E, entretanto, lá mais para o Outono, que agora o calor já começa a apertar, ficou apalavrado um passeio para inaugurar oficialmente esta ligação de 29 quilómetros da cidade litoral de Albufeira à Via Algarviana. Na brincadeira, houve quem se oferecesse para fazer o passeio…na Joelette.

 

Fotos: Elisabete Rodrigues|Sul Informação

 

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